TECNOLOGIA
Conectividade garante mais eficiência ao agronegócio
Internet permite controle de máquinas e acesso a informações
Por Inara Almeida*
Pensar em uma rotina sem acesso à internet, para a grande maioria das pessoas, seria inviável. Além de facilitar a comunicação, a ferramenta nos permite resolver demandas a um clique e é peça chave no campo social, acadêmico e profissional. Para o agro, a dinâmica é semelhante, e foi-se o tempo em que a conectividade era dispensável.
Controle de máquinas agrícolas, drones, detecção de pragas e acesso a informações pertinentes ao campo, como previsão do tempo e preços de commodities, são alguns dos exemplos de como a internet é importante para o funcionamento das lavouras.
O produtor rural David Schmidt, da região oeste da Bahia, explica que, hoje em dia, praticamente todas as tomadas de decisões nas fazendas necessitam de conectividade.
“Para qualquer tomada de decisão, é preciso um processamento de dados, seja de imagens ou mapas já referenciados. Isso funciona desde a operação de equipamentos e monitoramento de pragas até a parte de gestão das lavouras, como informações sobre dados climáticos. Nós também precisamos emitir notas junto aos sistemas da Secretaria da Fazenda. Sem internet, o caminhão não pode sair da propriedade”, pontua.
Qualidade da internet
Nos últimos anos, a tecnologia 4G tem sido uma grande aliada da agricultura brasileira. A Tim, considerada líder em conectividade no campo, tem mais de 12 milhões de hectares conectados com o 4G pelo país. A empresa desenvolveu o 4G TIM no Campo, com o intuito de levar a internet para a área rural com a mesma qualidade da área urbana.
De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Mercado IoT & 5G da TIM Brasil, Renato Coutinho, apesar da área rural não ter a mesma densidade encontrada nos centros urbanos, existe uma criticidade em relação à conectividade e desenvolvimento de tecnologia. Além das atividades nas fazendas, o porta-voz chama atenção para os benefícios sociais que o acesso à internet leva ao campo.
“Quando a conectividade chega, é notório a retenção e atração de profissionais cada vez mais qualificados, já que há uma série de cursos EAD que se abrem. Além das questões agrícolas, um cliente já nos enviou um áudio de colaborador em que este diz que a sua irmã que mora na beira do rio está radiante devido à chegada da internet”, diz.
As práticas sustentáveis também são incentivadas a partir do fomento da conectividade no agro. Para Carla Macário, pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital, quando se tem informação em tempo real, é possível estabelecer melhores decisões quanto ao uso dos recursos. “Através da conectividade, é possível entender como usar melhor os recursos, usando menos e continuar tendo ganhos”, afirma.
Sem conexão
Apesar da importância da conectividade para o desenvolvimento do agronegócio, a realidade é que, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cerca de 73% das propriedades rurais não têm acesso à conexão de internet. Afinal, quais são os principais entraves que dificultam esse processo?
Euclides Lourenço Chuma, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), explica que, nas áreas rurais, devido à distância dos centros urbanos, muitas vezes não há redes elétricas para instalação do 4G. O engenheiro destaca que, para que haja distribuição de 4G, a torre precisa estar conectada ao sinal 4G, através de fibra óptica, rádio ou satélite.
“Muitas vezes, é inviável economicamente fazer uma instalação elétrica e de fibra óptica para esta torre. Além do custo dos equipamentos de 4G, que são altos. O principal problema é que qualquer rede de 4G precisa de uma boa infraestrutura, de eletricidade e conexão com o resto da rede. Se ela está afastada, às vezes, fica difícil”, esclarece.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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