ATARDE AGRO
Recursos chegam ao agro e à agricultura familiar
Governo do estado adota iniciativas e trabalha em diferentes frentes para apoiar e impulsionar o setor
Por Claudia Lessa
Referência nacional em diversos tipos de cultura, a Bahia avança a passos firmes a partir da adoção de políticas públicas em níveis federal, estadual e municipais. O novo cenário da agricultura está sustentado por iniciativas em diversos campos – água, energia, saneamento, sustentabilidade, logística –, com o intuito de fortalecer a produção familiar, as populações rurais e o agronegócio. O governo do estado garante que trabalha em diferentes frentes para apoiar e impulsionar o agro, a partir de políticas públicas para o setor.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado (Seagri), conforme o titular da pasta, Wallison Oliveira Torres, exerce o “papel preponderante” de articular as demandas dos produtores das mais diversas cadeias com os demais órgãos de governo. Entre os principais parceiros está a Secretaria Estadual da Infraestrutura.
“A nossa parceria com a Seinfra tem levado à recuperação e manutenção de estradas produtivas do Norte do estado, sobretudo nos municípios localizados no Vale do São Francisco e que precisam escoar suas produções de frutas, sendo que muitas dessas, como uva e manga, saem com destino certo para Europa e Estados Unidos”, pontua o gestor.
Torres reforça que a Bahia é o estado com maior potencial do agronegócio brasileiro. “Para essa roda continuar girando, precisa da atuação forte do governo estadual e nós, da Seagri, temos papel de destaque nisso. Recentemente, junto ao Ministério da Agricultura, confirmamos a destinação de R$ 100 milhões para obras em estradas, facilitando o escoamento da produção. Temos sido também a ponte entre o agronegócio e os demais órgãos do governo, no sentido de levar as demandas dos produtores relacionadas à infraestrutura viária, energia e regulação ambiental”, relata.
Expansão da rede elétrica
Para atender ao crescimento dos setores socioeconômicos da Bahia, a Neoenergia Coelba tem um plano de reforço e expansão da rede elétrica, como destaca o diretor-presidente da companhia, Thiago Guth. Nos últimos cinco anos, conforme o gestor, a companhia investiu cerca de R$ 11 bilhões em obras de melhoria e novas ligações em todo o estado, possibilitando a energização de 28 subestações e a construção de 938 quilômetros de linhas de alta tensão.
“Estes empreendimentos viabilizam que mais de 220 mil ligações sejam realizadas anualmente nas áreas urbanas e rurais na Bahia, contribuindo diretamente com o desenvolvimento do estado. Além dos investimentos em infraestrutura, a distribuidora também possui uma rotina diferenciada para atender os produtores agrícolas. Em todas as regiões da Bahia, há consultores especializados para receber as demandas do setor e dar prosseguimento às tratativas. Rotineiramente, também são realizadas visitas proativas para apresentar mudanças na legislação do setor de energia e tratar possíveis solicitações dos clientes”, relata.
No Oeste da Bahia, a principal demanda de produtores locais está ligada à projeção de novas subestações para a melhoria no fornecimento. A Neoenergia Coelba informa que montou um cronograma de entregas até 2025 na região, com a expectativa de que haja construção de sete novas subestações e cerca de 225 quilômetros de linhas de alta tensão, além da ampliação de outras cinco subestações.
“Paralelo a isso, estudos apontam a necessidade de reforço da rede básica, composta por subestações e linhas de transmissão que necessitam de leilões específicos para serem executadas. Tanto o leilão quanto a construção desses novos ativos não competem à Neoenergia Coelba, mas sim ao planejamento elétrico nacional. Todos estes empreendimentos realizados pela distribuidora, somados ao reforço da rede básica, irão contribuir, ainda mais, com o desenvolvimento do Oeste baiano”, projeta o diretor-presidente da Coelba.
Junto às secretarias da Infraestrutura e do Desenvolvimento Rural, à Casa Civil e à Coelba, o secretário Wallison Torres ressalva que a Seagri tem realizado um mapeamento das demandas por reforço na rede elétrica que atende ao setor produtivo agrícola.
“Este é considerado um dos gargalos vividos pelo agronegócio baiano e que já foi assunto de inúmeras audiências entre Seagri, Coelba e cadeias produtivas. Há uma demanda grande por novas ligações, já que as vantagens competitivas da Bahia têm atraído novos negócios, assim como sabe-se da necessidade de novos leilões para subestações. Como resultado, a Companhia de Eletricidade da Bahia vem adotando medidas que facilitem o atendimento às demandas da área”, confirma o gestor.
O presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Campo Belo, Quinho, compartilha a opinião de que avanços importantes estão sendo registrados. “Mas acredito que o maior gargalo seja ainda a infraestrutura energética. Temos localidades onde a energia não chega ou a potência é abaixo do necessário para resfriadores e máquinas. A UPB tem dialogado com a Coelba. Inclusive, tivemos uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente do grupo Neoenergia. Precisamos superar isso para dar condições de desenvolver a Bahia, com estradas para escoar a produção, como o Governo do Estado tem feito, com a Ferrovia Oeste Leste, que aguardamos a conclusão, e com a melhoria do sistema de energia elétrica”.
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