ATARDE AGRO
Superação é a palavra da Nação
Após a tragédia do Sul nenhum de nós será mais o mesmo
Por José Luiz Tejon | [email protected]
Perante a tragédia climática do Sul do país, o enfrentamento de tão grave e dramática situação exige a coragem e a determinação da superação. O Brasil é uma Nação que enfrenta sofrimentos revelados na sua história, e que podemos os encontrar em todo canto e rincão nacional. Porém, bem sabemos que viver na terra sempre foi e sempre será um exercício onde a coragem, a cooperação e a criação prevalecerão.
Roberto Rodrigues, um líder virtuoso do agronegócio brasileiro, símbolo do cooperativismo, me disse: “precisamos enfrentar os 4 modernos cavaleiros do Apocalipse: insegurança alimentar, insegurança energética, desigualdade social e mudanças climáticas”.
Portanto, neste exato momento onde o mundo vive polarizado e dividido, precisamos “reinicializar” a vida na terra com uma conjugação onde o sistema agroalimentar, como recentemente o definiu o criador do conceito de agronegócio no mundo, Prof. Ray Goldberg, passa a ser: “um sistema de saúde em todos os sentidos, desde a saúde humana até a saúde do planeta, um sistema de cidadania e de reunião do mundo antipolarização”.
Agora, nesta hora, é justa a atenção e ajuda em todos os sentidos à tragédia humanitária no Rio Grande do Sul. O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, disse: “não é hora de ideologias, precisamos abraçar toda ajuda e apoiar o governador, e receber toda ajuda federal e de todos os estados”.
Conversei com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e com a Federarroz a respeito desse item essencial da cesta básica onde o estado do Rio Grande do Sul significa cerca de 70% da produção. De ambos ouvi que mesmo sob as terríveis circunstâncias das enchentes, não há uma perspectiva de desabastecimento.
E nesse sentido, não faz sentido proclamar que iremos importar arroz, no exato momento onde assistimos produtores rurais lutando pelo que ainda podem colher e protegendo seus silos daquilo que já foi colhido, onde notícias assim colocadas de forma precipitada apenas servirão para um profundo desânimo desses que até colher sob água, no desespero, procuram fazer.
Com certeza o impacto da tragédia do Sul fere e marca toda a Nação brasileira. No agronegócio teremos efeitos nos preços, na logística, nos insumos, e o que podemos e devemos esperar será das lideranças das cadeias produtivas em busca de um planejamento estratégico nacional reunido e integrado, com pesquisa e ciência, no enfrentamento de um problema mundial onde o Brasil ao invés de vítima tem toda condição de ser o protagonista da solução: insegurança alimentar, energética, desigualdade social e mudança climática.
Esses 4 modernos cavaleiros do Apocalipse, repetindo Roberto Rodrigues, podem e devem ser enfrentados e vencidos exatamente com o uso da palavra que agora nos toma e por ela somos tomados ao lado dos irmãos do Sul: superação, a palavra da Nação.
E superação nasce da coragem, da adaptação veloz à nova situação, da criação das soluções para transformar o caos em novo poder criador, e para que isso aconteça será vital a cooperação, a confiança, e com esses insumos iremos obter a conquista.
Então, ao olhar para trás iremos dizer: “nosso sofrimento não foi em vão”. Ariano Suassuna, paraibano da coragem, sempre me inspira com o legado desta sua frase: “o otimista é um tolo, o pessimista um chato, eu sou um realista esperançoso” e assim, inspirados por legítimos guerreiros, os heróis da vida real que crescem e aparecem nas horas mais difíceis e mudam o mundo para melhor, fico com o “realista esperançoso”.
Após a tragédia do Sul nenhum de nós será mais o mesmo. A solidariedade e a criação do novo pós caos nos inspirará a todos, podemos construir um forte caráter nacional. Vamos evoluir, pois “superação é a palavra da Nação”. Nosso amor nesta hora ao povo do Rio Grande do Sul.
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