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NEGÓCIOS

Tudo em família: Feira aproxima produtores e consumidores

Em sua 14ª edição, evento comercializa mais de três mil produtos, de hoje a domingo

Por Da Redação e Letícia Belém

13/12/2023 - 6:10 h
Em uma área de 55 mil metros quadrados, foram instalados 27 espaços de comercialização
Em uma área de 55 mil metros quadrados, foram instalados 27 espaços de comercialização -

Considerada evento de celebração do setor na Bahia, aproximando pequenos produtores e consumidores, a 14ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária começa hoje e prossegue até domingo (17) no Parque Costa Azul, em Salvador. No evento, são promovidos e comercializados produtos de todas as regiões da Bahia, valorizando a identidade e a cultura do ambiente rural do estado.

Em uma área de 55 mil metros quadrados, foram instalados 27 Armazéns Territoriais - espaços de comercialização de mais de três mil produtos de diversas regiões. As comunidades quilombolas e os povos indígenas também terão área reservada em duas tendas, com produtos como roupas customizadas, biojoias, peças em cerâmica, brincos de pena, tiaras, colares, pulseiras e ervas medicinais. O evento conta ainda com a Tenda do Artesanato, com produções de todo o estado.

“Essa já é a maior Feira da Agricultura Familiar em 14 anos de existência, e demonstra o resultado positivo dos investimentos do governo do estado, através da SDR [Secretaria de Desenvolvimento Rural], na agricultura familiar da Bahia. Temos um campo organizado, com excelente capacidade de produção e diversidade, e é isso que será visto pela sociedade baiana nesse período”, afirma o titular da SDR, Osni Cardoso.

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Jeandro Ribeiro, compartilha do entusiasmo. "Estamos oferecendo uma edição extraordinária da Feira Baiana. Será um espetáculo da diversidade cultural, gastronômica e econômica que a agricultura familiar proporciona. Estamos unindo regiões, conectando produtores diretamente ao público, fortalecendo laços e promovendo práticas sustentáveis”, aponta.

Nesta edição, o evento conta com duas novidades. Uma delas é a Tenda Brasil, resultado de um acordo entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e o governo da Bahia, que apresenta produtos de 34 empreendimentos de 24 estados.

Já a 1ª Feira Agroecológica da Bahia conta com uma grande variedade de produtos, desde frutas, verduras e hortaliças até itens agroindustrializados como café, cachaça e chocolate, todos certificados pelo Sistema Participativo de Garantia (SPG) do estado, credenciado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A Rede de Agroecologia Povos da Mata, presente em 18 territórios, garante a qualidade desses produtos.

Shows e gastronomia

Durante os cinco dias do evento, haverá também espaço para entretenimento. Em shows gratuitos para o público, a feira contará com nomes como Jau, Clariana, as bandas Negra Cor (Adelmo Casé), Autorais, Samba de Pretas e Anarkas. A programação tem ainda o forrozeiro Adelmario Coelho, Wilson Aragão, Cescé Amorim, Paulinho Jequié e Gereba. A banda Pé de Lata animará o público infantil.

O evento também será palco do 1º Festival de Samba de Roda da Bahia, uma homenagem à ialorixá e líder quilombola Mãe Bernadete Pacífico, do Quilombo Pitanga dos Palmares, com a participação do samba de roda Quixabeira da Matinha, de Feira de Santana, Bicho da Cana e Viola do Quilombo. Outra novidade é o Tablado do Samba, instalado na Praça Gastronômica.

Esse espaço especial traz um cardápio diversificado e próprio da culinária baiana e regional, com pratos como moquecas, galinha caipira, maniçoba, carne do sol, feijoada, ostras, cuscuz com bode e com mocotó, petiscos de bode, tilápia e suíno, hambúrguer de cordeiro e suíno. A Praça Gastronômica conta também com beijus de diversos sabores e destaque especial para o Restaurante do Empório da Agricultura Familiar, que tem sua sede no Mercado do Rio Vermelho, em Salvador.

O público pode ainda se refrescar com uma variedade de picolés de frutas do Cerrado ou com o icônico sorvete de licuri. Os chopes, já consagrados, e as cervejas de licuri, cacau, umbu e caju, os drinques de café, e as duas cachaçarias com as renomados produtos Paramirim e Abaíra prometem satisfazer os paladares mais exigentes.

A nova edição conta tambén com lançamento de produtos da agricultura familiar, de sabores inéditos, como iogurte de pinha e de maracujá, queijo de leite de cabra maturado com cerveja de umbu, cerveja de maracujá e goiaba, de mel, de cajá e cupuaçu, biscoito de mel com chocolate, drageados de licuri e de castanha de caju.

Os iogurtes de pinha, de maracujá e o natural estão sendo lançados pela Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região, de Várzea Nova. O gerente comercial da Coopag, Fred Jordão, destaca a tradição de lançamentos na feira. "Entendemos que o iogurte de pinha é um produto que chama bastante atenção porque é uma fruta muito especial. Estamos apostando nesse sabor", afirma.

A Cooperativa de Produção da Agricultura Familiar de Lagoa de Dentro e Região (Cooperlad) lança a cerveja puro malte com cajá - uma receita inovadora, de sabor único, com um ingrediente típico da região. “Após o lançamento, teremos disponível para todos os clientes o chope e a cerveja de lata de cajá”, afirma o representante da cooperativa, Cristóvão Roma.

Este ano, em parceria com o Bahia Sem Fome - Programa Estadual de Combate à Fome do Governo do Estado da Bahia, a feira contará com um posto de arrecadação de alimentos não perecíveis. A iniciativa busca mobilizar os participantes e a comunidade em geral para contribuir com itens que serão destinados a famílias em situação de vulnerabilidade social.

Nova lei amplia direito de venda de produtos de origem animal

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) sancionou, no último dia 28 de novembro, a lei que instituiu o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). A medida possibilita que o micro e pequeno produtor amplie e diversifique a comercialização de produtos de origem animal para toda a Bahia, desde que estejam certificados com o Selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM).

Por meio de adesão e cumprimento de exigências previstas na sua regulamentação pelo órgão fiscalizador municipal, a lei autoriza o agricultor familiar a vender para todos os municípios, quando antes não podia ultrapassar as fronteiras da sua cidade. Assim, o alcance comercial dos produtores passa a ser estadual.

Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, isso mostra o compromisso do governo com os homens e mulheres do campo. “Bebemos da experiência do Rio Grande do Sul, conseguimos melhorá-la e agora a lei foi sancionada, o que é um incentivo a mais na produção e um marco na geração de emprego e renda para a agricultura familiar da Bahia”.

O autor do Projeto de Lei, deputado Bobô (PCdoB), disse estar muito feliz com o grande passo do governo para fortalecer a agricultura familiar e melhorar a vida do pequeno produtor. “O Susaf vai garantir o aumento da renda de milhares de famílias, aquecer a economia dos municípios, estimular a permanência do produtor no campo, além de permitir que mais produtos de qualidade cheguem à mesa dos consumidores de toda a Bahia”, celebrou.

De acordo com a assessoria de comunicação da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), o agricultor familiar produz em menor escala, então não é justo que ele tenha de atender às mesmas exigências feitas aos médios e grandes produtores. Ter um selo de inspeção significa produção de qualidade e mais vendas. O Susaf, assim como as prefeituras que emitem o SIM, será fiscalizado pela Adab.

Inspeção municipal

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Jeandro Ribeiro, afirmou que, em 2018, apenas 43 cidades baianas dispunham do serviço de inspeção municipal.

Graças a um bem-sucedido processo de convencimento dos prefeitos, hoje há 353 municípios que podem fiscalizar a produção, o que significa tirar os produtores de uma situação de clandestinidade, à margem de políticas públicas, e oferecer a eles dignidade e melhores resultados econômicos.

“Eles saem de uma venda arriscada, em que põem o preço baixo porque estão vendendo de forma clandestina”, afirmou Ribeiro. Segundo ele, o governo percebeu que era possível fazer uma grande ação para integrar esses serviços de inspeção municipal e que, para isso, era necessário ter uma lei.

“Temos um avanço significativo porque novos mercados se abriram a partir do SIM e do Susaf e a ampliação da capacidade da oferta dos produtos. E não há nenhuma competição com outros serviços de inspeção, eles são complementares”, explicou.

Produtores entusiasmados

Francisco Teixeira, produtor de queijo, tem uma grande fé na chegada do Susaf porque os pequenos produtores artesanais poderão vender para todo o estado e sobreviver da atividade. “Agora, esperamos que saia logo a regulamentação e depois iremos atrás de comercializar até fora do estado”, projeta.

Teixeira conta que antes era muito complicado poder vender só nos consórcios municipais e diz que ninguém quer trabalhar sem o selo de inspeção nem com práticas que podem colocar em risco a saúde das pessoas.

“A Bahia estava muito atrasada nesse processo de regulamentação para o agricultor familiar, mas o estado abriu as portas para conversar com os pequenos produtores e pudemos fazer várias contribuições ao Projeto de Lei”, comemorou. As reuniões aconteceram entre representantes da SDE, SDR, CAR, Adab, Sebrae, cooperativas, associações e agricultores familiares.

O produtor de leite Jailton Tavares contou que os pequenos produtores viviam escravizados tendo que vender aos grandes laticínios, que definiam o preço. Agora, com o Susaf, eles receberão uma carta de alforria. “Estaremos livres para ter uma renda a mais com a produção e poderemos vender em vários locais”, festejou.

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