AUTOS
300 km a bordo do Honda CR-V

Por Marco Antônio Jr. | A TARDE SP

Em sua sétima geração, o Honda CR-V conseguiu evoluir tanto que se distanciou do nosso mercado, que viu em 2018 a participação dos SUVs compactos disparar. Se, por um lado, os japoneses comemoram o sucesso do HR-V, cuja nova versão chega dentro de 15 dias, o CR-V alçou voos bem mais altos, em preço e em conjunto. Avaliamos a nova versão, a Touring, que tem preço sugerido de R$ 179,9 mil. É muito, mas se o orçamento e a garagem forem generosos, o SUV médio da Honda irá surpreender.

Como carro de família que se preze, o espaço é generoso por fora (4,59 m de comprimento, 2,66 m de entre-eixos, 1,85 m de largura e 1,66 m de altura) e por dentro. O piso plano traseiro trata bem a família toda, que pode conectar tablets e smartphones em duas conexões USB de 2,5 Amp e se refrescar com a saída do ar-condicionado. O porta-malas iluminado de 522 litros é aberto eletronicamente pela chave ou por botão e pode ser fechado também ao passar o pé por baixo do carro, com direito a aviso sonoro. Quem viaja à frente também não irá se queixar pelo espaço nem pelos bancos com ajuste elétrico. A impressão de qualidade é digna de modelos premium, como Audi, BMW e Volvo, apesar do antiquado revestimento que imita madeira, bem ao estilo norte-americano. Outro ponto de destaque é o silêncio interno, algo que vale a pena ser posto à prova na hora de comparar com os concorrentes. A posição da alavanca de marchas talvez seja o único elemento que nos relembra dos antigos CR-V. Feita a devida vênia ao espaço interno, o desempenho do motor fica para o próximo passo.
Duas vidas
Voltando ao fator preço, o CR-V traz um invejável conjunto mecânico: motor de alumínio 1,5 litro de 190 cv e elevados 24,5 kgfm de torque. A tração é do tipo integral permanente, mas poderia ter um modo 4x2 mais econômico, embora ele tenha alcançado 9,4 km/litro na cidade.
Para passear com a família nem precisa acionar o modo Sport, mas vale a pena testar tão logo o SUV alcance a estrada. Ele fica esperto, rápido e, embora sacrifique o consumo, a marca de 13 km/litro é ótima para o seu porte e seus 1.607 kg. Independentemente do modo escolhido, o CR-V conta com uma refinada suspensão independente (dianteira e traseira) com buchas hidráulicas, que permite uma condução precisa e confortável.

O câmbio é do tipo CVT com ajuste que simula sete marchas e uma busca silenciosa pela faixa de rotação mais adequada. Embora o motor seja o mesmo do Civic Touring, a calibração do turbo compressor é diferente no utilitário esportivo.
Se o assunto é segurança, o CR-V conta com seis air bags dianteiros, laterais e de cortina, controle de tração e estabilidade, os obrigatórios freios ABS e a disco nas quatro rodas. Sem falar nos mimos, como a câmera lateral para manobras feitas à direita, recurso conhecido como Lane Watch. O head up display é interessante para carros com elevada altura e permite que o motorista mantenha a atenção sempre à frente com inclusão até das indicações do GPS. Com tudo isso, ficaria imbatível se contasse com os recursos de condução semiautônoma que alguns concorrentes da faixa de preço oferecem como assistente de permanência em faixa, frenagem automática, assistente de baliza e alerta de ponto cego ou ainda um controle de cruzeiro adaptativo.
Vale ainda destacar a boa multimídia, com sete polegadas, e também o painel com tela digital e controle de volume sensível ao toque, mas que poderia ter uma distribuição mais comum dos instrumentos. Além do entretenimento com entrada USB, HDMI, iPod e integração com Android Auto e Apple Carplay, há sistema nativo de GPS.
Se o orçamento permitir, e se o cliente não fizer questão de estar a bordo de um Audi Q3, BMW X1, Mercedes-Benz GLA 200, que aliás são menos equipados que o CR-V em sua faixa de preço, o Honda vai surpreender. Caso a se pensar é a respeito do Chevrolet Equinox, Peugeot 3008, Jeep Compass Limited ou Toyota RAV4. Ao olharmos para o Volkswagen Tiguan All Space ou Peugeot 5008, se o comprador fizer questão dos sete lugares, há que se pensar. Tendo R$ 180 mil, sem a necessidade de levar sete pessoas e com algum apetite por tecnologia e ergonomia, o Honda vai superar expectativas.

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