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Colecionar automóvel antigo ficou caro demais. E agora?

Por Rodrigo Mora | A TARDE SP

Entrar para o antigomobilismo não está barato ultimamente. Ford Mustang, Chevrolet Camaro e Dodge Charger passam facilmente dos R$ 200 mil, enquanto modelos mais simples, como a VW Kombi, estão cada vez mais difíceis de se encontrar – e quando tem um para vender em estado de coleção, o dono exagera no preço.
O jeito é partir para modelos que até pouco tempo atrás eram considerados "comuns", e não de coleção, como Ford Escort XR3 , VW Gol GTI , VW Santana, Chevrolet Kadett, Chevrolet Omega, entre outros. A maioria ainda não tem trinta anos – a idade oficial para se tornar um antigo, entre outros quesitos –, mas todos eles já são considerados colecionáveis. Os preços ainda não atingiram seu pico, mas estão em ascensão.

Omega foi o carro nacional mais avançado de sua época; hoje é um colecionável
Só que o tempo passou rápido demais, e eventos de carros clássicos Brasil afora mostram que esses modelos deixaram de ser clássicos do futuro para serem clássicos do presente. Hoje fazem parte de coleções de entusiastas e investidores.
Uma explicação está no fato de que os garotos que babavam nesses carros nos anos 80 e 90 viraram adultos e agora podem bancar o antigo sonho.
Há dois ou três anos, ninguém em sã consciência pagaria R$ 48 mil por um Kadett GSi Cabriolet 1994 . Esse era o valor pedido por uma loja ali mesmo no evento, que exibia ao lado dele um Gol 1982 S, com uma etiqueta de R$ 24 mil. Sim, "S" de Standard, básico.
E o que dizer do Puma GTB 2 1979, que no passado recente atraía o interesse de poucos e que hoje é anunciado por R$ 90 mil?

Santana era topo de linha da Volkswagen nas décadas de 80 e 90
Presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos, Roberto Suga tem uma explicação para a alta dos preços.
"Além da explosão mundial que faz os preços inflacionarem, você tem cada vez mais dificuldades em restaurar um carro antigo. Primeiro pela falta de peças, que naturalmente vão se esgotando ao longo do tempo. Segundo pela falta de profissionais: achar um funileiro ou um tapeceiro hoje em dia é cada vez mais difícil. À medida que a oferta cai e a demanda sobe, os preços sobem também", reflete.
Tais carros – Fiat Uno e Ford Corcel são outros bons exemplos – ainda podem ser a porta de entrada para colecionadores iniciantes. Há boas ofertas abaixo dos R$ 20 mil ou R$ 30 mil para modelos não tão impecáveis, mas com potencial para, depois de um "trato", ficarem iguais 0 km.
Mas o tempo passa, e eles também vão se tornar cada vez mais raros – e caros.

Primeiro Fiat Uno, fabricado em 1984, já pode receber placa preta
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