ENTREVISTA
Ford amplia centro tecnológico em Camaçari
Confira a entrevista com Alex Machado, diretor da Ford
Por Núbia Cristina
No primeiro semestre de 2026, a Ford espera concluir as obras de ampliação do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, localizado no Cimatec Park, em Camaçari. Um dos nove centros de engenharia da Ford no mundo, o ecossistema tem hoje mais de 1.500 profissionais, que ocupam seis prédios. O diretor de Desenvolvimento do Produto da Ford América do Sul, Alex Machado, conversou com A TARDE sobre a expectativa de ampliação, de novos projetos, e explicou por que a fabricante manteve o centro na Bahia, após o fechamento da fábrica em 2021.
Por que a Ford está investindo na ampliação do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, no Senai Cimatec Park e qual o volume de investimentos previsto?
O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford aqui na Bahia cresceu muito nos últimos 12 meses, tanto que tem demanda para abrigar hoje cerca de 400 profissionais. Nosso time tem cerca de 1.500 pessoas, mas a equipe vai aumentar em mais 1.000 profissionais quando as obras forem concluídas. Nossa equipe dedica 85% do tempo a projetos globais da Ford. Nosso grupo aqui na Bahia está trabalhando em todas as áreas de desenvolvimento dos veículos. Em relação ao investimento, a Ford não divulga esse dado, já que faz parte do orçamento global da companhia.
Você comentou que o Centro na Bahia hoje é um negócio de R$ 550 milhões por ano. O que isso significa?
Exato! R$ 550 milhões este ano. Isso não é pouca coisa. E a nossa perspectiva é continuar crescendo. O grande ponto aqui é que o crescimento está atrelado à quantidade de projetos globais da Ford e depende da situação do mercado. Mas não há cenário algum em que a gente vá reduzir. Nossa expectativa para o futuro é crescer.
Por que a Bahia abriga um dos nove centros globais de tecnologia de desenvolvimento da Ford?
Dentre outros fatores, porque hoje a gente tem vários parceiros nas universidades, que estão formando muitos engenheiros, muitos especialistas de dados, de desenvolvimento de software. Enquanto estão nas universidades, muitos desses profissionais já fazem projetos com a gente. Então, é super estratégico estar na Bahia e na região Nordeste.
Parte da população pensa que uma vez a fábrica fechada, não tem manufatura, acabou a presença da Ford no estado.
Em 2001, a Ford mudou o centro de gravidade de São Paulo para a Bahia. Eu mesmo me mudei para cá com a minha família em janeiro de 2002. E aqui estou e vou continuar. Durante duas décadas, a gente desenvolveu uma capacidade, de fazer veículos, primeiro, para o nosso mercado, e num segundo momento, para qualquer lugar do mundo. A gente vem tendo saltos de crescimento, porque o time consegue entregar muito bem. Então, cada vez que aparece um novo projeto global, sempre tem um pezinho do nosso time. A gente acaba abrindo oportunidades para talentos do Nordeste e até de outras regiões, e por isso é tão importante que a gente possa ter esses estudantes, essas universidades muito próximas.
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