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Indústria automotiva baiana atrai novos investimentos
Senai Cimatec vai receber aporte de R$ 180 milhões
Por Núbia Cristina
O Sistema Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia) prevê mais de R$ 384 milhões em investimentos, até 2027, em obras de construção, ampliação e requalificação de suas unidades, em Salvador, região metropolitana e interior do estado. O SENAI Cimatec deve receber R$ 180 milhões em investimentos que incluem aportes em projetos de parceria com grandes empresas, como Petrobras e Shell, além da expansão do Cimatec Park, unidade de Camaçari, que abriga o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia automotiva da Ford.
“Estamos construindo um outro edifício só para atender à engenharia da Ford. Ampliando a capacidade de atender, com a construção de um edifício que já foi licitado; estamos em fase final do processo licitatório, onde provavelmente a fabricante vai concentrar todos os engenheiros. Mas não teremos só o escritório, também galpões, todo o ambiente interno que obviamente guarda segredos industriais. Porque é onde se desenvolve novos produtos, soluções para os produtos atuais, melhorias, que a Ford agrega às suas unidades de produção em vários países”, explica o presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos.
A Ford encerrou a produção de veículos em Camaçari, em janeiro de 2021, mas manteve o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da empresa, que tem atualmente mais de 1.600 profissionais em Camaçari e Salvador, trabalhando em projetos globais, desenvolvendo tecnologias de ponta e exportando inteligência automotiva. Segundo a montadora, a engenharia brasileira é responsável hoje por um terço de todas as funcionalidades embarcadas nos veículos da Ford no mundo.
Parcerias com a BYD
O Senai Cimatec inicia sua contribuição para o desenvolvimento da indústria automobilística com foco em veículos elétricos e híbridos, na Bahia. “Está em curso, junto aos representantes da BYD, visitas técnicas às instalações do Senai, para que possamos demonstrar a capacidade de atendimento às demandas presentes e futuras da fábrica na Bahia, bem como o desenvolvimento de um portfólio de cursos mais aderentes às necessidades de mão-de-obra qualificada para o mercado de veículos elétricos”, comenta o diretor do Senai Bahia, Evandro Mazo.
Ele avalia que existe um cenário muito favorável para uma parceria cada vez mais robusta entre o Senai Bahia e a fabricante chinesa. “Entretanto, no momento a ação mais concreta é a oferta dos cursos junto ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Trabalho e Emprego (Setre)”, explica.
Em parceria com a Setre, o Senai Cimatec está oferecendo cursos na área automotiva. “Essa formação poderá contribuir para a inserção dos munícipes de Camaçari nas vagas de trabalho da BYD. São 500 vagas em cursos de qualificação profissional em Operador de Produção Veicular, Auxiliar de Linha de Produção, Mecânico de Manutenção de Máquinas Industriais e Inspetor de Qualidade. A unidade do Senai Camaçari é quem faz esse atendimento. As aulas começaram esta semana.
Talentos premiados
Estudantes da Bahia têm obtido reconhecimento por seus projetos e performance na área de inovação e inteligência automotiva. Ana Luiza Cantharino Maciel, estudante de Engenharia de Controle e Automação do Senai Cimatec, em Salvador, tornou-se a sétima contemplada com o Prêmio Global de Engenharia Alan Mulally, no Brasil. Criada em 2015, a premiação é uma iniciativa da Ford e da Ford Philanthropy, braço filantrópico da empresa, para incentivar a formação de novos talentos na área, concedendo anualmente bolsas no valor de US$10.000 a dez estudantes universitários de todo o mundo. Todos os sete vencedores brasileiros do prêmio são estudantes da Bahia.
Ana Luiza é estagiária do Laboratório de Engenharia Óptica e Fotônica do Senai Cimatec e, além do desempenho acadêmico, destacou-se pela liderança e participação em associações da área. “Sempre gostei de estudar e atuar em diversas áreas acadêmicas. Esse prêmio representa uma valorização do nosso trabalho como pesquisadores e acadêmicos, é uma valorização da educação”, comemora Ana Luiza, que também é voluntária em uma ONG de animais e agora tem um incentivo a mais para se dedicar aos estudos.
O engenheiro-chefe de Powertrain e Eletrificação da Ford, Paulo Oliveira, lembrou que entre os sete estudantes brasileiros reconhecidos, nas dez edições do prêmio, três são mulheres. “Isso mostra a participação cada vez maior das mulheres e de sua capacitação para a liderança em engenharia. E, o mais importante, valoriza a diversidade de forma natural, mesmo sem ser um dos critérios da premiação”, completou.
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