Jetta enfrenta Civic

Publicado quarta-feira, 07 de novembro de 2018 às 17:25 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Marco Antônio Jr. | A TARDE SP
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Sedãs médios recebem mudanças importantes para a linha 2019
Sedãs médios recebem mudanças importantes para a linha 2019 -

Os sedãs médios não têm experimentado uma vida fácil no Brasil. Com preços em média nivelados em R$ 100 mil, disputam atenção com os SUVs, que são os queridinhos da vez.

Quem compra um sedã hoje em dia sabe bem que o nível de exigência cresceu, tal qual amadureceram os produtos. Assim, levamos à prova dois sedãs: um estreante e cheio de vontade, de um lado, e, do outro, um produto consagrado que ainda arranca suspiros por onde passa.

O Volkswagen Jetta estreou na sétima geração com as virtudes de um sedã com generoso espaço interno, eficiência em consumo e um preço mais salgado, porém melhor posicionado que a antiga geração em termos de equipamentos. O Honda Civic por sua vez já está na décima geração com um visual anabolizado e, apesar da dinâmica superior, já pede mudanças.

Civic mantém boa dinâmica e visual esportivo, mas Jetta fica mais competitivo na sétima geração

Racional é o Jetta

O novo sedã ganhou visual anabolizado, é verdade. A dianteira com grade generosa traz também o visual que estreia em breve com o T-Cross. Fora isso, ele é comportado seguindo a escola alemã. Virtude é o bom espaço interno e a qualidade dos materiais internos, o cluster digital (na versão avaliada, R-Line) e o sistema de entretenimento levemente voltado para o motorista.

Atrás, o túnel central é alto, ocupando bom espaço, e o Jetta ficou devendo saídas do ar-condicionado para os passageiros.

O motor 1.4 TSi de 150 cv tem respostas ágeis e menor consumo de combustível: médias de 13 km na cidade, 17 km na estrada e 18 km por litro em pista expressa são impressionantes para um carro que roda em silêncio em qualquer regime de rotação e o câmbio não é mais DSG mas um seis marchas Aisin, que é ajustado mas não tão rápido quanto o anterior.

A direção é precisa, mas faz falta a suspensão traseira que tem eixo de torção e não conjunto independente.

O sistema multimídia Discover Media traz tela de 8", GPS, câmera de ré e conexões Apple Car Play e Android Auto bem simplificadas e intuitivas. Apesar do motor turbo, o câmbio não faz seu papel de esportivo e resulta num carro de pretensões familiares, mas não abre mão de uma vasta lista de equipamentos de série.

Esportivo é o Civic

Ué, como pode um sedã com motor aspirado se dar melhor do que um modelo com motor turbo de respostas ágeis? A resposta está no conjunto. O Civic ficou bem esportivo na décima geração com a grande barra cromada, os para-lamas destacados e o perfil de cupê. O motor é o velho conhecido 2.0 aspirado FlexOne de até 155 cv que responde bem girando mais alto, mas que tem trabalho impecável com o câmbio CVT. A transmissão simula sete velocidades quando se aciona o modo esportivo, o que torna a direção mais empolgante. O consumo fica na casa dos 8 km na cidade, 11 km em vias expressas e até 13 km no circuito rodoviário, segundo a medição do próprio veículo.

Mesmo com motor aspirado, o segredo da boa dirigibilidade do Civic está na suspensão independente com sistema multilink na traseira e a adoção das buchas hidráulicas, solução usada no CR-V. Assim, curvas e situações que exigem mais da dinâmica são cumpridas de forma exemplar e com conforto.

O sistema multimídia é menor que o do Jetta, com tela de 7", GPS, câmera de ré e a integração com Apple Car Play e Android Auto. Apesar de ter melhorado, a tela ainda não é simples de entender e concentra funções do ar-condicionado que exigem o desvio da atenção do motorista. Assim, tanto na versão com motor 2.0 aspirado quanto na Touring que ganha motor 1.5 turbo de 173 cv a gasolina, o Civic ganha o coração dos motoristas em busca de esportividade.

ConclusãoO Jetta tem muitas novidades na sétima geração, motor com boas respostas, mas um resultado apropriado a quem não quer design esportivo e deseja conforto com baixo consumo. O Volkswagen custa R$ 109,9 mil na versão Comfortline e R$ 119,9 mil na R-Line ambas com motor 1.4 turboflex. Já o Civic atrai os que gostam de se sentir mais jovens a bordo dele com dinâmica superior mesmo com o antigo motor aspirado. O Honda custa R$ 107,9 mil na versão EXL (2.0 FlexOne) e R$ 126,6 mil na versão Touring (1.5 turbo).O Volkswagen Jetta (R$ 109.900) tem conforto com baixo consumo. Já o Honda Civic atrai os que gostam de se sentir mais jovens a bordo (R$ 107.900).

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