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Leilão milionário movimenta Roma

Por Wagner Gonzalez | De Roma | Fotos: Divulgação

15/05/2019 - 8:57 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Ferrari 500 Mondial Spyder de 1954: pistas e estradas
Ferrari 500 Mondial Spyder de 1954: pistas e estradas -

Criado em 1929 para celebrar a coqueluche do automóvel, o Concorso d'Eleganza Villa d'Este é atualmente um dos mais importantes encontros do automobilismo clássico em todo o mundo. Com placo nos jardins em torno do Grand Hotel Villa d'Este e Villa Erba, nos subúrbios de Roma, o encontro não apenas sacia a vontade e a necessidade de mostrar peças raras e mantidas em estado de zero-quilômetro, como também tem lugar para um leilão da Sotheby's, tradicional casa do setor.

Para a edição 2019, que acontece no próximo fim de semana, o catálogo de peças oferecidas destaca, entre outras raridades, um Bugatti Type 50 de 1951, o primeiro Porsche construído especificamente para competição e um Ferrari 500 Mondial Spyder de 1954. Nenhum deles tem preço inferior a R$ 7 milhões, preço estimado para o carro francês.

O Bugatti Type 50 Roadster (denominação que precedeu ao termo Grã-Turismo, ou simplesmente GT) é um desenvolvimento modelo 46. Seu motor de oito cilindros em linha, duplo comando de válvulas e compressor serviu de base para a versão 54, versão para competição. Estima-se que o modelo que vai a leilão em Roma é o único sobrevivente dos quatro que foram construídos com a carroceria desenhada por Jean Bugatti.

O verdadeiro nome de Jean era Gianoberto Maria Carlo Bugatti; formado engenheiro mecânico, ele era o filho mais velho do fundador da marcar, Ettore Bugatti. Pesquisas históricas indicam que este Bugatti com número de fabricação 50123 pertenceu ao pintor Andre Derain, ao lado de Henri Matisse um dos líderes do movimento Fauvista, que explorava a cor como elemento independente na elaboração de uma obra.

O Porsche que vai enfrentar o martelo do leiloeiro é um dos 40 exemplares que foram construídos com essa especificação e traz no seu currículo a vitória na Targa Florio de 1956, quando foi guiado pelo italiano Umberto Maglioli. A Targa Florio era uma competição promovida pelo Conde Vincenzo Florio (1883-1959) e disputada em estradas da Sicília. No início dos 1970 a competição deixou de ser promovida por questões de segurança.

Porsche

Imagem ilustrativa da imagem Leilão milionário movimenta Roma
| Foto: Divulgação
Primeiro Porsche construído especificamente para competição

O Porsche em oferta tem o chassi 550A-0121 é o 15º construído e foi entregue zero quilômetro, em 1957, a Preben Andersen, piloto dinamarquês, e, nas mãos de Julius Voigt-Nielsen, venceu em sua prova de estreia, no traçado de Roskilde Ring. Anos mais tarde foi comprado por John Matussis, inglês radicado no Quênia, onde venceu o East African Safary Rally várias vezes, comprovando a resistência do pequeno conjunto. Recentemente, o veículo passou por uma detalhada restauração que durou quatro anos; estima-se que esse Porsche alcance o preço de €3.400.000, algo em torno de R$ 15.300.000.

Esse automóvel, no entanto, poderá ser arrematado por um preço inferior ao Ferrari 500 Mondial Spyder de 1954, modelo que pertenceu inicialmente ao norte-americano Tony Parravano, empreendedor imobiliário e da indústria de comida congelada, que teve sob contrato pilotos como Dan Gurney, Phill Hill e Carrol Shelby, lendas do automobilismo norte-americano.

Parravano adquiriu o Ferrari de chassi 0448MD em outubro de 1954, que, a exemplo do que acontecia com os modelos da marca, fazia parte de uma série de 13 unidades, das quais cinco tiveram a carroceria modificado para receber faróis cobertos. O modelo em questão tem uma vida praticamente restrita às pistas e estradas norte-americanas, mas recentemente foi restaurado pela Ferrari Classiche e ainda mantém motor, câmbio e carroceria originais.

Imagem ilustrativa da imagem Leilão milionário movimenta Roma
| Foto: Divulgação

Bugatti Type 50, 1951, com motor de oito cilindros

Governo quer acabar com isenções para veículos PcD

O governo federal anunciou que pretende rever a política de isenções fiscais para a compra de veículos adaptados às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida. Hoje, o desconto de impostos é concedido não apenas às pessoas com deficiência física, mas para quem tem outros problemas de saúde, incluindo doenças como artrose, cardiopatia, diabetes, falta de força, falta de sensibilidade, formigamento, hérnia de disco, HIV positivo, LER (lesão por esforço repetitivo), alguns tipos de câncer, mastectomia, quem faz uso de próteses, dentre outros casos.

RECALL

A matéria da repórter Lúcia Camargo (página 2) aponta que, segundo a Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva (Abridef), nos últimos cinco a venda direta de veículos para PcD (pessoa com deficiência) teve alta de 214%. O governo questiona o aumento em progressão geométrica das vendas desse tipo de veículo.

O benefício garante mais autonomia para portadores de necessidades especiais e é bem visto pelas montadoras, pois aquece as vendas de veículos adaptados. Em março deste ano, a secretária nacional da Pessoa com Deficiência, Priscilla Gaspar, em entrevista, afirmou que a isenção para PcD é um “privilégio a uma parcela de privilegiados dentro do grupo de pessoas com deficiência”.

As associações de defesa dos direitos das pessoas com deficiência criticam duramente essa iniciativa do governo, lamentando profundamente a falta de investimento para aplicação das leis de acessibilidade. Para essas entidades, a venda de veículos adaptados não aumentou em função da ocorrência de fraudes para obtenção das vantagens, mas porque as pessoas estão melhor informadas em relação aos seus direitos e procuram esses benefícios nas redes concessionárias.

Rever as regras, para que o benefício atinja quem realmente precisa e para combater abusos, é aceitável, mas reduzir direitos para essa parcela da população, mais afetada pela precariedade do sistema de transporte público e pela baixa mobilidade nas cidades brasileiras, é algo condenável. Enquanto não houver infraestrutura adequada para PcD, a isenção de impostos é necessária, para garantir independência a quem tem limitações físicas.

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