AUTOS
Rav4 tem peso e potência
Por Wagner Gonzalez | Fotos: Divulgação

Deixe a moda de lado e pense no conforto e na economia de fazer 15 km com um litro de gasolina em um carrão importado, que pesa bons 1.730 kg. O novo Toyota Rav4 SX Híbrido 2.5 permite tudo isso sem perder a emoção de pilotar em um ambiente tão silencioso que é preciso ficar atento para manter uma velocidade de cruzeiro, dentro da legalidade, obstáculo que fica mais fácil superar depois de um curso intenso para descobrir seus inúmeros comandos e recursos de eletrônica embarcada, além da potência combinada de 222 cv.
A julgar pelos números de vendas, não é nada que chegue a ser um inconveniente: no nicho de híbridos no mercado brasileiro ninguém vende tanto quanto esse automóvel importado do Japão, onde é fabricado nas unidades industriais de Takaoka (270 km a noroeste de Tóquio, junto ao Mar do Japão), e Nagakusa (1.200 km, ao sul). Só no mês de junho, praticamente seu primeiro mês no mercado brasileiro, já se estabeleceu como líder inconteste e em um patamar muito acima das demais opções do nicho de híbridos.
As dimensões do novo RAV4 impõem respeito: 4.600/1.855/1.685 para, respectivamente, comprimento largura e altura, sempre em milímetros. Dimensões parecidas com as do VW Tiguan (4701/1.839/1.674) e Honda CR-V (4.591/1855/1.657), modelos que a Toyota define como principais concorrentes, apesar de ambos contarem apenas com motor a combustão e venderem bem mais, 3.897 e 1.026, respectivamente, segundo a Federação Nacional dos Revendedores de Automóveis (Fenabrave). Em termos de híbridos, a concorrência maior vem de dentro de casa: é o Lexus UX 250 H (74 vendas), mas é classificado como crossover. No segmento específico dos SUVs, mesmo placar de vendas, aponta 560 RAV4 vendidos, 73 unidades do Volvo XC60 R-Design T8 e 36 do Lexus NX300H, ambos modelos premium.
A diferença de preço entre esses modelos ajuda a esclarecer o sucesso do irmão do Corolla, cujos preços são de R$ 168 mil para a versão S e R$ 186 mil para a mais luxuosa SX. Já o NX 300H começa em R$ 230 mil (Dynamic) e pode chegar a R$ 261 mil (F-Sport). O Volvo está num patamar ainda mais alto: R$ 300 mil. A motorização deste Rav4 é praticamente a mesma que equipará o vindouro Toyota Corolla, que vai inaugurar o segmento dos híbridos flex. Importado, o Rav4 roda apenas com gasolina.
Conforto
Se as dimensões externas do Rav4 Hybrid são imponentes, as do interior impressionam ainda mais pelo conforto. Os bancos têm revestimento de excelente qualidade, sendo que os dianteiros têm ventilação e o do motorista tem duas memórias de ajuste, algo muito útil, se você costuma deixar seu automóvel nas mãos de manobristas. Por mais que esse profissional esteja acostumado a operar diferentes modelos, ele vai se impressionar com o volante multifuncional da versão avaliada (SX), que tem excelente revestimento em couro, controles de áudio, telefone, piloto automático, alerta de mudança de faixa e controle de velocidade adaptativo, e um recurso extremamente agradável. Trata-se do botão "OK" da haste central esquerda, dispositivo que anula o alarme do sensor de proximidade em situações mundanas, quando um motor para ao seu lado à espera da abertura do semáforo ou parado no congestionamento. Se a visão de trânsito caótico não agrada, há sempre a possibilidade de olhar para o alto e desfrutar o teto solar panorâmico.
Multimídia
O painel digital e a tela multimídia têm boas dimensões e oferecem boa leitura, mas a ausência de compatibilidade com sistemas Android Auto e Apple CarPlay decepcionam, mesmo que o padrão MirrorLink esteja presente. Também decepciona o fato de o porta trecos central não ter um rebaixo que permita passar os delicados cabos de celulares, quando o braço está apoiado na posição normal. Há portas USB e tomadas de forca para os passageiros do banco traseiro, o que é positivo. O sistema de ar-condicionado é digital e tem dupla regulagem.
Mecanicamente, o Rav4 funciona com uma verdadeira usina de potência: além do motor 2.5 de quatro cilindros em linha, duplo comando de válvulas, com abertura variável de admissão e escapamento, e quatro válvulas por cilindros – conjunto que produz 178 cv a 4.700 rpm –, existem outros três motores elétricos que agregam 120 cv; a potência combinada, porém, chega a 222 cv. O torque do conjunto elétrico (20,6 kgfm) é praticamente igual ao do motor a combustão (22,5 kgfm @ 3.600 rpm), o que permite ultrapassagens mais seguras e doses de emoção nas arrancadas. No que diz respeito ao seu desempenho, nada estonteante, mas, isto sim, bastante interessante.
Conduzir o Rav4 na cidade e na estrada impressiona mesmo, pelo silêncio de marcha, onde o ruído dos pneus 225/60 R18 marcam presença, certamente pela quantidade de sílica em sua composição, recurso que ajuda a diminuir o atrito e contribui para menos consumo de combustível e energia elétrica. Na estrada é factível percorrer 14 km/h, quase o mesmo do consumo na cidade, que beira um quilômetro a mais que isso. O câmbio CVT de seis marchas envia potência aos dois eixos e tem funcionamento suave.









Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes