AUTOS
Tem novidade no segmento de picapes
Maverick chega para disputar cliente premium, ao passo que a Toro teve motor atualizado
Por Núbia Cristina
A concorrência no segmento de picapes no mercado brasileiro é cada vez mais acirrada. O primeiro trimestre de 2022 ainda não acabou e há novidades que já esquentam a briga por clientes em todos os nichos. No segmento premium, a Ford lançou na semana passada a Maverick, que em sua estreia no Brasil teve o primeiro lote, de 300 unidades, esgotado em apenas 24 horas. Oferecida na versão única Lariat FX4 topo de linha por R$239.990, a nova picape global tem tamanho, imponência e a “proposta de combinar versatilidade e robustez com um padrão de conforto e dirigibilidade mais próximo dos SUVs”, de acordo com a marca.
Equipada com motor 2.0 EcoBoost de 253 cv, transmissão automática de oito velocidades, tração AWD inteligente e cinco modos de direção, a Maverick acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7,2 segundos, informa a montadora. Com 5,07 metros de comprimento, tem carroceria mais baixa que facilita o acesso à cabine. A caçamba com 943 litros de capacidade traz o chamado sistema “Flexbed” para facilitar o transporte de diferentes tipos de carga.
A Maverick vem com o sistema de conectividade FordPass Connect para comandos, informações e alertas remotos pelo celular. É equipada com rodas de 17”, pneus todo-terreno 225/65 R17, faróis de LED automáticos, sete airbags, assistente de frenagem autônoma com detecção de pedestres e ciclistas, auto start-stop, controle de estabilidade e tração, câmera de ré e teclado para abertura das portas por código, dentre outros itens.
Picapes médias
Líder absoluta no segmento de picapes médias, a Fiat Toro teve o motor 2.0 turbodiesel com 170 cv de potência e 350 Nm de torque atualizado no início deste mês, para atender a nova legislação de emissões do Proconve-L7. Recebeu sistema de injeção de ureia para controle de emissões. A capacidade de carga da Toro agora é até 1.010 kg. No ano passado, a Fiat fez atualização do modelo, lançando a Nova Toro.
Em janeiro deste ano, a Fiat se manteve na liderança com folga no segmento de picapes. Com a líder Fiat Strada contabilizando 6.716 unidades vendidas e a Toro, em segundo lugar, com 3.293, segundo o ranking da Fenabrave.
Em breve, a Toro terá outra concorrente além da Renault Oroch (que em janeiro 2022 vendeu 1.447 unidades). A Chevrolet prepara a nova Montana, na Fábrica da GM em São Caetano do Sul, interior de São Paulo, para concorrer com a Toro. O mercado já sabe que a Montana vai ficar maior, para concorrer no segmento de picapes médias.
A nova Montana será baseada no SUV Tracker, e por isso, imagina-se que a picape tenha a mesma largura e entre-eixos do utilitário esportivo, ou seja, 1,79 metros de largura e 2,57 metros de entre-eixos. Já a caçamba deve variar entre 2,80 metros e 2,85 metros.
“A Montana vai subir um degrau para entrar no segmento da Toro, então o mercado de picapes pequenas estará menos concorrido, o que é melhor para a Strada”, comenta o economista Raphael Galante, que trabalha no setor automotivo há mais de 20 anos e atua como consultor na Oikonomia Consultoria Automotiva.
“A Strada deve ganhar mais mercado, em decorrência da mudança da Montana, que deixa o segmento de picapes pequenas, para concorrer com a Toro. Todo mundo quer tirar um pedacinho do nicho de picapes médias, mas é mega complicado. Basta olhar a performance de vendas da Oroch, para ver que é um mercado difícil de atuar”, afirma Galante. Ele diz que a Fiat “já se consolidou como uma fabricante picapeira, como era a Ford no passado, com o slogan raça forte. Acredito que a Fiat vai continuar nadando de braçada na liderança do mercado”.
O economista destaca que o segmento de picapes pequenas e médias é o que mais cresce no Brasil, ao lado dos SUVs. “Há uma distância dos preços atuais dos carros da realidade do brasileiro médio, isso explica a força desses segmentos”. O economista diz que é cada vez menor a oferta de modelos hatch pequenos e sedan pequenos, historicamente os veículos mais baratos.
E a Maverick? “Ela entra em um patamar bem longe da média do consumidor brasileiro. Embora seja um pouco mais barata, está no mesmo nível da Hum. Existe um grupo de consumidores de poder aquisitivo alto, que adora pipapes grandes”, comenta.
Fiat Strada com câmbio automático CVT
Líder de mercado, a Fiat Strada fez história como carro de trabalho, que atende as necessidades de quem transporta cargas na cidade e ou na zona rural. O público-alvo sempre teve foco em menor preço, menor consumo de combustível e baixo custo de manutenção.
O empresário Danilo Damasceno, da RD Embalagens, comprou uma Strada em 2021, e costuma andar com a caçamba carregada. “Eu rodo na cidade e faço viagens a trabalho, ela é manual, flex 1.3, não tem luxo, mas estou satisfeito e não pagaria mais pelo câmbio automático e outros itens. O carro é econômico, anda bem na estrada e eu uso para o trabalho e lazer”, diz.
A Tarde Autos andou na Nova Strada com câmbio automático CVT, na versão topo de gama, a Ranch, que custa R$ 116.990, e traz alguns diferenciais, que não interessam a consumidores como Danilo Damasceno, que tem um Honda Civic para o lazer, e quer uma picape manual, simples e econômica para trabalhar.
Líder de vendas entre as picapes, a Strada foi o carro mais vendido no Brasil em 2021, superando a marca de 100 mil unidades. O câmbio automático CVT é associado ao motor 1.3 Firefly de até 107 cv de potência com sete velocidades simuladas. A transmissão CVT oferece três modos de condução: automático, manual e Sport.
A Strada Ranch tem motor 1.3 Firefly 8v com quatro cilindros e aspiração natural, tendo uma nova calibração para atender ao Proconve L7. São 98 cavalos na gasolina e 107 cavalos no etanol, ambos a 6.250 rpm. Os torques são de 13,2 kgfm no primeiro e 13,7 kgfm no segundo. As demais versões com este motor mantiveram os 101/109 cavalos e 13,7/14,2 kgfm, respectivamente. Consumo urbano: 7,7 km/litro (etanol) e consumo rodoviário; 12,1 km/litro (etanol).
No dia a dia urbano, a Strada CVT cabine dupla é boa de dirigir e tem direção elétrica leve. A suspensão reforçada evita os perrengues causados pelos buracos e depressões das ruas. Na parte externa, há estribos laterais, novas rodas diamantadas de 15 polegadas com pneus ATR, capota marítima com o nome da versão, retrovisores em preto, para-barro etc. No interior, o painel tem elementos marrons, ao redor do porta-objetos superior, contrastando com as saídas de ar em preto brilhante. Quem viaja no banco de trás tem espaço para as pernas reduzido, o que não é confortável. Tem capacidade de carga de 600 kg.
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