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A TARDE 112 anos: periódico está inserido na vida da população baiana

Além de referência de informação, leitores têm o jornal atrelado aos ciclos de vida

Por Olga Leiria

15/10/2024 - 5:00 h
Lorena tem vida marcada pelo jornal
Lorena tem vida marcada pelo jornal -

O Jornal A TARDE nasceu em 15 de outubro de 1912, com sua primeira sede na Ladeira da Preguiça, depois foi para o bairro do Comércio antes de se firmar por mais de 40 anos na praça Castro Alves. É fruto do sonho de um garoto ousado e sonhador da cidade de Cachoeira, que aos 14 anos já criava o Carrasco, seu primeiro jornal, mas o sonho se concretizou mesmo aos 26 anos. Periódico mais antigo do estado da Bahia e um dos com mais tempo de atividade no Brasil, A TARDE comemora, hoje, 112 anos. Quando o jornal vai para a rua, leva consigo o trabalho sério e a paixão de todos os funcionários que fazem parte dessa história, e o sonho de Ernesto Simões Filho para informar e fazer pensar. Leitores de A TARDE contam suas histórias de vida com o jornal que está presente na vida de todos os baianos há mais de um século.

Juntos nas mudanças de ciclos

Lorena tem vida marcada pelo jornal
Lorena tem vida marcada pelo jornal | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Lorena Lima, 45 anos, professora de educação física, especializada em dança, sempre teve os novos ciclos de vida relacionados com o Jornal A TARDE. Mudou-se do Rio de Janeiro com a mãe para Salvador, em 1994, quando tinha 15 anos. A avó não estava bem de saúde e precisava de cuidados. Na capital baiana, foram morar com uma tia em Brotas. Depois de um tempo, ela e a mãe resolveram adquirir uma casa. Compraram vários jornais e ficaram separando os classificados. “Achei um anúncio de uma casa na mesma rua da minha tia. Minha mãe não deu muita atenção quando falei, mas insisti e compramos”, conta Lorena. A morada nova encontrada nos classificados do jornal seguia feliz. Com 17 anos, a jovem foi fazer o curso técnico em administração. Novamente, se valeu dos classificados de A TARDE para achar um emprego. Ela foi fazer a entrevista em uma loja de departamentos no shopping Iguatemi e foi contratada. A garota que veio do Rio de Janeiro sempre gostou de dançar, mas não encontrou espaço quando chegou na cidade. Aos 18 anos, apelou mais uma vez para os classificados. Procurava jazz, mas viu um anúncio de dança do ventre no Itaigara. Foi conhecer o gênero que não dominava e virou paixão. Há 26 anos dá aulas em sua academia de dança. Quando fez o vestibular, soube da aprovação por A TARDE, pois a mãe comprou a edição com o resultado. Em 2010, através do periódico, encontrou o apartamento onde mora, em Nazaré.

Gosto pela leitura iniciou pelo jornal

Ayla teve primeiro contato na infância
Ayla teve primeiro contato na infância | Foto: Olga Leiria / AG. A TARDE

Ayala Santos, 29 anos, engenheira de produção, filha do jornaleiro, teve contato com o diário desde que nasceu. Caçula de nove irmãos, sempre tinha ao alcance das pequeninas mãos as revistas e os jornais que o pai levava para casa após o expediente de trabalho. Possui lembranças de carnavais vistos do alto do prédio onde o Jornal A TARDE funcionava, na praça Castro Alves. “Minha mãe me arrumava com um conjunto de fantasia e me lembro de entrar no prédio e sentir o cheiro do papel, e do elevador com porta de puxar”, relata. Ela ainda guarda na memória a imagem das pessoas que via em momento de lazer com um binóculo e uma máquina fotográfica de brinquedo na praça. Aos 10 anos, participou de um concurso de redação do caderno A TARDINHA, com o tema ‘Por que quero ser cientista?’, e ganhou. Foi a primeira colocada. Convivendo entre jornais e revistas, aprendeu o gosto pela leitura, que lhe trouxe ótimos resultados. Aos 7 anos conseguiu passar na prova da Escola Municipal Santa Angela das Mercês, e foi direto para a 2ª série, depois adquiriu uma bolsa no Sesi e, mais tarde, com a boa nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entrou para a graduação de engenharia de produção, fazendo duas pós-graduações, Gestão de Negócios (MBA) e Ciências da Família. Sempre gostou de estudar. “Adoro cheiro de papel e sou acumuladora de jornal como meu pai. Tenho vários”, diz a leitora assídua de A TARDE.

Sempre ao lado nas programações

Euler dos Santos e a filha Letícia Rodrigues
Euler dos Santos e a filha Letícia Rodrigues | Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Euler dos Santos Rodrigues, 61 anos, médico ortopedista, e sua filha, a designer Letícia Rodrigues, 29 anos, tinham prazer em folhear o jornal para procurar programação de cinema, teatro e exposições. Muitas vezes, o Caderno 2 era dividido, o pai ficava com o Sudoko e a jovem Letícia ficava encantada com os quadrinhos, em especial Recruta Zero e o bárbaro Hagar. “Íamos no cinema com o jornal em mãos, caso tivesse lotado a sessão, olhávamos outra opção e corríamos para lá”, lembra Letícia. O Caderno 2 era muito bom e útil para a programação do final de semana. “Minha diversão também era olhar os anúncios. Queria ver todas as casas, falava para meu pai e ele desconversava”, declara Letícia. Euler destaca a importância da leitura do jornal em papel para a boa escrita do português e também da fala. “O jornal traz a notícia pela manhã, a internet vai repetir o restante do dia. A mudança de comportamento traz a sensação de conforto, por ter tudo dentro do celular, mas quando analisamos, a nossa liberdade foi embora. Ficamos presos a vídeos que não informam nada. A informação boa, com as palavras escritas corretamente e com um português bem falado se perde”. O jornal também é uma forma de agregar a família. Uma manhã que marcou Letícia foi quando sua mãe acordou ela e os irmãos com um jornal em mãos, dizendo que naquele sábado teria uma feira de cultura japonesa e todos iriam para o evento divulgado em A TARDE.

Uma parceria que dura 54 anos

Aurino José dos Santos na antiga sede
Aurino José dos Santos na antiga sede | Foto: Olga Leiria / AG. A TARDE

Aurino José dos Santos Filho, 71 anos, nascido e criado no Engenho Velho de Brotas, convive há 54 anos com o jornal. Atualmente, ele é distribuidor de jornais A TARDE e MASSA!, com uma equipe de 12 jornaleiros, na região da Barroquinha. Tudo começou quando era garoto e foi vender jornais. Aos 17 anos, trabalhou como engraxate no Terreiro de Jesus, em frente à antiga Padaria Vitória. Lá vendia revistas Realidade, Manchete e Elle, e o Jornal A TARDE. Enquanto engraxava os sapatos, vendia o jornal para o cliente. “Me lembro quando o presidente dos Estados Unidos foi assassinado (John F. Kennedy), em novembro de 1963, vendi muito”. Outra venda marcante foi quando o jornal noticiava o acidente aéreo com o ex-presidente Castelo Branco, em julho de 1967. “Na época da Copa de 1970, vendíamos muito jornal. A TARDE tinha um pôster por dia de um jogador, todos queriam”. Mais tarde, um parente o chamou para trabalhar no prédio do Jornal A TARDE como servente. Lá escutava histórias de funcionários mais antigos falando sobre o fundador Ernesto Simões Filho. “Uma vez, um homem chegou e queria falar com Simões Filho. O seu secretário perguntou se havia marcado hora, ele ignorou, entrou na sala e disse ao proprietário do jornal: – Esse negro não queria deixar eu entrar porque não tinha hora marcada. Então o jornalista disse: - Você vai voltar e marcar o horário com ele. Tinha pulso forte”, diz Santos, com brilho nos olhos.

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