JORNALISMO
ABI lança guia antifeminicídio para apoiar coberturas jornalísticas
O protocolo prático traz um roteiro que pode ser adaptado à apuração e redação de notícias
Por Da Redação
A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lança nesta terça-feira, 30, o Protocolo Antifeminicídio – Guia de Boas Práticas para a Cobertura Jornalística, um documento que trará uma abordagem mais responsável, ética e sensível para coberturas jornalísticas em casos de feminicídios. O evento acontece no Auditório Samuel Celestino, no 8º andar do Edifício Ranulfo Oliveira, no Centro Histórico, às 10h.
O guia prático, dirigido a jornalistas e profissionais da comunicação, traz um roteiro que pode ser adaptado à apuração e redação de notícias sobre esses crimes, com objetivo de não revitimizar as mulheres e seus familiares, ajudando a combater a cultura de violência de gênero.
“O documento traz orientações para uma investigação séria e alerta sobre a necessidade de a categoria conhecer as consequências legais das distintas formas de violências contra a mulher, além do claro entendimento do que é o crime de feminicídio”, diz em nota o ABI
Entre 2017 e 2023, foram registrados 672 feminicídios na Bahia, sendo que 92,6% dos crimes foram cometidos por companheiros ou ex-namorados das vítimas. Os dados são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em cooperação com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Em 2024, até fevereiro, já haviam sido registrados 7.800 boletins de ocorrência, no âmbito da Lei Maria da Penha em todo o estado.
Segundo a ABI, o guia se vale de casos icônicos dos noticiários baiano e brasileiro para alertar sobre a construção de estereótipos e o fenômeno da revitimização, além de trazer dados estatísticos, indicação de fontes de informação e redes de acolhimento para vítimas de violência. Há também uma seção dedicada a mostrar casos de veículos que já vêm adotando a prática de agregar, ao final das notícias sobre feminicídio e violência contra as mulheres, uma orientação direta, para combater a passividade e estimular a denúncia e o acionamento de medidas de prevenção.
Para Jaciara Santos, diretora da ABI, o documento chega em um momento de rápida divulgação das informações, e que mostra o papel que as mídias desempenham no registro dessas ocorrências para a formação da opinião pública.
“O documento reforça o compromisso da ABI com o fortalecimento da ética e responsabilidade na imprensa. Nossa expectativa é discutir e fomentar a iniciativa, pioneira no estado, no esforço de orientar os jornalistas sobre como abordar as violências de gênero”, destaca Jaciara Santos, diretora de Comunicação da ABI.
Com projeto gráfico assinado pela designer Daniela Alfaya, o protocolo é uma produção editorial da ABI, tendo sido proposto, escrito e defendido pelas mulheres da instituição, com o patrocínio da agência ATcom e apoio institucional do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).a
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