REFINARIA DE MATARIPE
Acelen pretende investir R$12 bilhões para diesel verde na Bahia
Iniciativa deve deixar companhia como uma das líderes nesse segmento no mundo
Por Da Redação
A Acelen, do fundo Mubadala Capital, pretende investir R$ 12 bilhões de reais no período de dez anos para a produção de diesel e querosene de aviação renováveis na Bahia, a partir de 2026, com previsão de desembolsar entre 50% e 60% do total nos primeiros quatro anos. A iniciativa deve deixar a companhia como uma das líderes do segmento no mundo.
A Refinaria de Mataripe, na Bahia, foi comprada há pouco mais de um ano da Petrobras pela Acelen, que firmou acordo com o governo baiano para a construção de uma planta de diesel verde (HVO) e querosene de aviação sustentável (SAF). Com o investimento de R$ 500 milhões, em 2022, para modernizar a planta adquirida da Petrobras, a Acelen vai repetir o desembolso este ano de 2023, e a companhia já garantiu o mesmo investimento para 2024 e 2025.
O que se espera é a produção de 1 bilhão de litros de Diesel Verde, por ano, reduzindo assim em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil. A nova planta vai utilizar a infraestrutura da Refinaria de Mataripe, como água, energia, vapor e o Terminal Madre de Deus (Temadre). Uma unidade de geração de hidrogênio sustentável, para o hidrotratamento dos combustíveis vai ser construída. As obras estão previstas para serem iniciadas em janeiro de 2024.
Além disso, a Acelen assinou memorando de entendimentos com o governo da Bahia, em Abu Dhabi, sobre o plano de investimentos. Posteriormente, a companhia pretende substituir aos poucos o consumo do óleo de soja por óleo de macaúba e dendê, com previsão de início de plantio no ano de 2025. Sendo assim, a Acelen vai investir em genética, melhoria de produtividade agrícola e seleção de áreas aptas.
A macaúba é uma árvore nativa do Brasil com alto potencial energético, de acordo com os executivos, e ainda não explorada em escala comercial. De acordo com a companhia, a primeira fase visa o mercado internacional porque o Brasil ainda não tem ambiente regulatório para esses combustíveis, o que torna o produto mais competitivo no exterior. Os mercados visados são os Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa.
A vantagem da macaúba, de acordo com o executivo, é que a planta nativa gera muito mais energia por hectare por ano do que a soja ou similares.
Do total de investimentos previstos, até 2,5 bilhões de reais vão ser investidos em pesquisa e inovação, desde a semente até a planta de produção. A companhia pretende ser uma das líderes mundiais no segmento de produção de biocombustíveis a partir de culturas agrícolas de alta energia, desde o plantio das sementes até a produção dos combustíveis renováveis.
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