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Agricultores de Irecê recebem visita do projeto Bahia Sem Fome

Equipe visitou duas unidades de produção primária vegetal e uma unidade de processamento de vegetais

Publicado domingo, 21 de abril de 2024 às 10:44 h | Autor: Da Redação
Visitas aconteceram nas unidades de Ibipeba e de Barro Alto, ambos na Região de Irecê, na região da Chapada Diamantina
Visitas aconteceram nas unidades de Ibipeba e de Barro Alto, ambos na Região de Irecê, na região da Chapada Diamantina -

Uma diversidade de frutas, legumes e hortaliças cultivadas e processadas sem nenhum tipo de agrotóxico e inseticida, pesticida ou adubo químico, é o cenário da agricultura familiar com base agroecológica utilizada no cultivo de alimentos saudáveis em diversas regiões da Bahia. 

No sábado, 20, a Coordenação Geral de Ações Estratégicas de Combate à Fome visitou duas unidades de produção primária vegetal no povoado de Ibipeba e uma unidade de processamento de vegetais no município de Barro Alto, ambos na Região de Irecê, na região da Chapada Diamantina. 

“É uma agenda muito importante e podemos perceber que não é à toa que Irecê é conhecida como território agroecológico. É uma diversidade de alimentos limpos e sem veneno distribuídos nesses hectares de terra”, afirmou o Coordenador-geral de Ações Estratégicas de Combate à Fome, Tiago Pereira.

“Essa diversidade inclui milho, tomate. Temos cebola, cenoura, beterraba, temos a área também de hortaliças, aipim, tomate salada, repolho e muitas outras coisas”, conta Aloísio, que semanalmente abastece famílias da região com alimento fresco, seguro e nutritivo. “Além dessas pessoas, eu também consigo vender pra fora. A gente entrega nas cooperativas, tem escolas semanais para famílias e entrega pra merenda escolar também.”

Parte do alimento cultivado pelas unidades primárias passa pela unidade de processamento vegetal Orgânicos do Quintal, em Barro Alto, cidade vizinha. A coordenação do Bahia Sem Fome conheceu de perto o trabalho da agroindústria gerida pelos irmãos Mateus e Paula Ferreira. Na agroindústria, são processados alimentos saudáveis, sem nenhum tipo de veneno, com zero ou baixíssimo teor de açúcar. São mais de 70 itens certificados, entre extratos de tomate, geleias, doces e temperos.

“Nem no extrato de tomate a gente põe açúcar, como os vendidos no supermercado. A gente remove a acidez utilizando a cenoura do nosso próprio cultivo”, explica Paula Ferreira, atual coordenadora do projeto Agroecologia em Rede: Mais Alimento Mais Vida, apoiado pela Rede CAR junto à Rede Povos. 

Credenciamento

Paula também é integrante da Rede de Agroecologia Povos da Mata, que é um OPAC (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica). É o OPAC o responsável pelo credenciamento dos agricultores certificados no Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (SisOrg), órgão administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do governo brasileiro em conjunto com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). A Rede é o único sistema participativo de certificação da Bahia de produtos orgânicos produzidos no estado.

Para um agricultor se certificar, aderindo ao sistema, precisa se vincular a um grupo com no mínimo de três agricultores que não produzem alimentos com veneno, conforme explica Paula Ferreira: "Então, eles se vinculam ao núcleo mais perto e começam a fazer o processo de certificação, quando são realizadas duas entrevistas a cada ano".

O estado da Bahia está em fase de regulamentação da Lei de Agroecologia e Produção Orgânica (Lei n.º14.564, de 16 de maio de 2023), sancionada ainda no mês de maio de 2023 pelo governador Jerônimo Rodrigues, sendo seu primeiro projeto de lei enviado a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia - ALBA.

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