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Água em 7 cidades baianas têm excesso de substâncias nocivas

Consumo desta água pode causar câncer, mutações genéticas, problemas hormonais, nos rins e sistema nervoso

Publicado terça-feira, 08 de março de 2022 às 16:14 h | Atualizado em 09/03/2022, 17:56 | Autor: Da Redação
Dados foram levantados em testes realizados entre 2018 e 2020
Dados foram levantados em testes realizados entre 2018 e 2020 -

A água consumida por moradores de sete cidades da Bahia possui substâncias que geram riscos à saúde, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, compilados pelo Mapa da Água da Agência Repórter Brasil.

Em todo o país, são 763 as cidades que possuem produtos químicos e radioativos. A cada 4 municípios onde foi realizado o teste, um teve como resultado a água imprópria.

Na Bahia, as cidades onde a água foi reprovada são Vitória da Conquista, Jequié, Itiruçu, Itabuna, Cruz das Almas e Lauro de Freitas. Os dados foram levantados em testes realizados entre 2018 e 2020.

Nestas seis cidades foram encontradas substâncias que geram riscos à saúde. Em Camaçari, a situação foi mais grave. Testes identificaram substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas.

Substâncias químicas e radioativas, inevitavelmente, se misturam a rios e represas e são encontrados na água que chega ao consumidor. Entretanto, o risco se dá quando estas substâncias são encontradas em níveis acima do limite regulamentado.

Entre os riscos, o consumo desta água pode causar câncer, mutações genéticas, problemas hormonais, nos rins e no sistema nervoso.

Na Bahia, os dados não puderam ser levantados em diversas cidades, como Campo Formoso, Catu, Pojuca e Itaberaba, pois não foram enviadas as informações necessárias para o levantamento. 

Nas demais cidades, como Salvador, Candeias, Eunápolis e Riachão de Jacuípe as substâncias estavam dentro do limite de segurança.

Em todo o estado foram feitos 34.500 testes. Destes, em 42 o resultado foi positivo para substâncias nocivas acima do limite.

Resposta da Embasa

Em nota, a Embasa se posicionou sobre o assunto. Confira na íntegra:

"A Embasa esclarece que cumpre rigorosamente as determinações do Ministério da Saúde relativas à potabilidade da água tratada distribuída. A presença de produtos secundários da desinfecção nas amostras citadas pelo levantamento representa apenas 0,1% de não-conformidade entre 34.500 amostras analisadas. Conforme a Portaria de Consolidação n.5/2017, ocorrências esporádicas de resultados acima do limite estabelecido devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água, e não de forma pontual. Essa diretriz foi reforçada com as alterações promovidas pela Portaria 888/2021, que estabelece que, no caso dos subprodutos de desinfecção, é preciso analisar os resultados com base na média móvel das amostras dos últimos doze meses, desconsiderando uma análise isolada e pontual do monitoramento.

A água distribuída pela Embasa em sua área de atuação passa por rigoroso controle de qualidade. Para garantir a saúde e o bem-estar do consumidor, amostras são coletadas e analisadas desde o manancial, passando pelas etapas do tratamento e da distribuição. Uma ampla rede integrada por um laboratório central, em Salvador, 13 laboratórios regionais, em cidades do interior, e 470 laboratórios locais, que funcionam nas estações de tratamento de água (ETA) ou nos escritórios locais da empresa, forma a estrutura que monitora 16.250 pontos de coleta distribuídos em mananciais, captações de água, ETAs, poços, reservatórios e redes distribuidoras, sendo que 750 estão em Salvador e Região Metropolitana e outros 15.500 distribuídos nos municípios baianos atendidos pela Embasa no interior. Juntos, os laboratórios da Embasa realizam uma média anual de 3,7 milhões de análises de amostras.

A empresa investe continuamente em tecnologia para aprimorar os seus processos de análise e controle da qualidade da água, adquirindo equipamentos ou desenvolvendo técnicas que ampliam a capacidade de identificação de compostos prejudiciais à saúde na água tratada antes de sua distribuição à população."

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