TERRITORIALIZAÇÃO
Aldir Blanc Bahia será focado em municípios do interior do estado
Estado vai receber R$ 110 milhões por para investimento na Cultura
Por Gabriela Araújo e Lula Bonfim
Descentralizar o consumo da Cultura da capital baiana e potencializá-la nos 27 territórios de identidade da Bahia é um dos objetivos do secretário estadual da Cultura (Secult), Bruno Monteiro. A ideia vem sendo amplamente discutida e amadurecida pela pasta, conforme destacou o gestor nesta sexta-feira, 5.
“Todos os municípios, todos os territórios de identidade têm uma forte presença da cultura. No entanto, isso muitas vezes não se traduziu no investimento de recursos públicos que ficaram por muitos anos concentrados em Salvador e nos grandes centros urbanos. Nós estamos aprofundando desde o ano passado a política de territorialização da cultura”, afirmou o titular ao Portal A TARDE.
Um dos pontos que vem sendo debatido pelo titular da pasta é a noção de território para além do desenho geográfico da cidade, e sim, enxergando naquele local como um grande expoente cultural.A proposta começou a prosperar com a Lei Paulo Gustavo Bahia.
“[Estamos enxergando] também as identidades culturais que acontecem, que são desenvolvidas em cada localidade. Com a Paulo Gustavo, nós tivemos uma política mais ofensiva, no sentido de incentivarmos a territorialização, de termos cotas para projetos de todos os territórios de identidade e o retorno foi muito positivo”, analisou Monteiro.
Segundo o secretário, o mesmo movimento vem se repetindo com a lei Aldir Blanc na Bahia, o qual o resultado da escuta pública foi divulgado nesta tarde, no Espaço Xisto, no bairro dos Barris.
“Então, o que nós percebemos é que quando a gente chega com reconhecimento e com recurso a cultura que acontece e já está lá presente, ela se manifesta. Eu considero isso um processo sem volta”, destacou.
Para que a ação seja concretizada nos territórios, o gestor afirmou que buscará “qualificar cada vez mais esse investimento para, de fato, compor um cenário cultural que dê conta da diversidade cultural que tem na Bahia”.
A gestão da lei Aldir Blanc na Bahia deve contar com investimento de R$ 110 milhões anualmente repassados pelo Ministério da Cultura. Em conversa com A TARDE, Bruno Monteiro explica como será distribuído esse montante.
“Tem uma parte que é reservada para a gestão da lei, que é aquela contratar parecerista, só dessa parte mais administrativa. Tem um recurso que é destinado aos céus da cultura especificamente, de R$ 22 milhões, e um recurso já carimbado também para a política cultura viva, dos pontos de cultura de R$ 11 milhões. O restante é, a partir dessa consulta pública, nós estamos determinando quais são as áreas que receberão o investimento”, esclareceu.
Na oportunidade, o secretário garantiu que haverá uma reserva de cotas de vagas para os municípios do interior do estado, assim como aconteceu com a Lei Paulo Gustavo.
“Nós temos buscado, primeiro, as políticas afirmativas.Então, todas as nossas políticas da Secretaria de Cultura sempre terão cotas ou indutores que promovam uma ascensão a obtenção desses recursos de populações historicamente discriminadas desses processos”.
“Sobre a territorialização também, como eu já falei, a Paulo Gustavo nos mostrou esse potencial e nós seguiremos com cotas, reservas de vagas para todos os territórios de identidade como uma forma de garantir que o recurso chegará em toda a Bahia”, concluiu.
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