BAHIA
Alfabetização de adultos promove virada de chave na vida de alunos e professores
Educadores que participam do projeto relatam como ensinar adultos a ler e escrever impacta nas suas vidas também
Por Da Redação
O Brasil reflete sobre os desafios enfrentados para erradicar o analfabetismo, principalmente entre a população mais velha. Mesmo com avanços, o país ainda lida com números preocupantes. A Pnad Contínua de 2023 revela que cerca de 11 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais ainda não sabem ler e escrever, representando 6,6% da população nessa faixa etária.
Na tentativa de mudar essa realidade, o Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos promovido pelo Instituto Yduqs tem feito a diferença na vida de pessoas que superaram a vergonha de não saber ler e escrever e encaram o desafiador convite de voltar para as salas de aula. Ao longo de seis anos, o Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos já beneficiou 1300 pessoas no país. Na Bahia, a iniciativa acontece na Estácio, campus Gilberto Gil, e oferece aulas gratuitas, com todo o material didático necessário e uma metodologia de ensino própria. Cada etapa do curso dura quatro meses e tem contribuído para transformar a vida de quem não teve a oportunidade de estudar no tempo regular.
Com quarenta anos de experiência, a educadora Marialva Gargur coordena o projeto na Bahia e celebra as conquistas. “Perceber no dia a dia, o quanto a pessoa evolui, cresce e se desenvolve com esse nosso trabalho, me deixa muito feliz. Tem sido muito gratificante perceber o crescimento saber que contribuí na formação dessas pessoas. Hoje, alfabetizando jovens e adultos, mais do que nunca eu percebo que eu estou fazendo uma inclusão social. Não é só ler e escrever e contribuir para que elas aprendam a refletir sobre o mundo em que vivem”, declara a Gargur.
Quem também participa do projeto é a universitária Thais Short, estudante de Pedagogia que agradece pela oportunidade de iniciar a carreira contribuindo para a alfabetização de pessoas adultas, que provam a cada aula o quanto são capazes de se desenvolver intelectualmente e socialmente. "Fazer parte deste projeto me fez aprender, perceber de forma prática todos os meios da função, que não se limita à questão de ensinar, a gente tem se aperfeiçoar nas formas, estratégias e outras tantas experiências. Um dos momentos que me marcaram, foi ver uma das estudantes, que sempre foi muito tímida e retraída, ler em voz alta. Quando concluiu a leitura, todos - inclusive a própria aluna - se emocionaram com o feito. Isso que me faz seguir todos os dias", relembra.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes