BARBÁRIE
Ano de 2023 é marcado por violência a comunidades ciganas
Quatro crimes tiveram repercussão nacional
Quatro crimes violentos com vítimas de comunidades ciganas foram registrados neste ano de 2023. A morte da adolescente Hyara Flor, de 14 anos, bem como a chacina que deixou seis pessoas da mesma família mortas, tiveram repercussão nacional.
Em um dos crimes, Dione Pereira da Silva, 29 anos, foi morto a tiros no último mês de abril, em Teixeira de Freitas, extremo sul da Bahia. A Polícia Civil do município informou que três homens foram presos em flagrante pelo crime. A morte teria sido desencadeada após um conflito entre grupos de ciganos, que teria começado após a morte de Deolan Pereira da Silva, 36 anos. O crime foi no último mês de abril, dentro de um lava-jato, também em Teixeira de Freitas.
O caso Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, por exemplo, que foi morta em julho deste ano em uma comunidade cigana, na cidade de Guaratinga, sul da Bahia, tem o marido, também de 14 anos, como principal suspeito do crime. Ele chegou a ser apreendido no dia 26 de julho, em Vila Velha, Espírito Santo, porém foi liberado após a conclusão do inquérito.
A investigação apontava inicialmente, que o crime teria sido por vingança, já que havia a suspeita de um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima.
A Polícia Civil concluiu que o disparo que matou Hyara Flor, foi acidental, e partiu do cunhado dela, uma criança de nove 9 anos de idade, no momento em que brincavam com uma arma de fogo. Sendo assim, o marido de Hyara Flor foi liberado. A família de Hyara Flor chegou a contratar um perito que emitiu parecer contestando a versão apresentada. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) chegou a pedir mais investigações para a Polícia Civil.
Outro caso foi no último dia 14 de agosto, quando quatro pessoas foram mortas após um ataque de um grupo em um restaurante no centro de Feira de Santana. Três pessoas morreram e uma outra foi baleada. Ninguém foi preso pelo crime. As vítimas foram identificadas como Amilton Valadares, de 50 anos, Agnaldo Souza Júnior, de 35 anos, Altamir Santos, 27, e Jofre Souza, de 49 anos. Uma mulher de 40 anos, esposa de um dos mortos, sobreviveu. Os suspeitos usavam distintivos de polícia.
Já na última quinta-feira, 5, seis pessoas da mesma família foram mortas em Jequié, centro-sul da Bahia. As vítimas, de família cigana, tinham entre 5 e 65 anos. A Polícia Civil da cidade investiga o crime. Os nomes dos mortos são: Natiele Andrade de Cabral, de 22 anos (grávida de nove meses): mãe de Laiane e esposa de Iomar;Laiane Andrade Barreto, 5 anos: filha de Natiele e Iomar;Sulivan Cabral Barreto, de 35 anos: mãe de Elismar e Iomar;Elismar Cabral Barreto, de 23 anos: filho de Sulivan e irmão de Iomar; Lindinoval de Almeida Cabral, de 66 anos: avô de Natiele e bisavô de Laiane; Maiane Cabral Gomes, de 45 anos.
O delegado Roberto Leal, que investiga o caso, informou que ainda não é possível dizer se os crimes têm alguma relação, já que as motivações e os suspeitos dos casos não foram identificados. A polícia não descarta quaisquer linha de investigação, como disputas por terras, latrocínio e vingança.
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