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APLB anuncia paralisação de 24 horas na rede estadual

Publicado terça-feira, 02 de outubro de 2012 às 23:10 h | Atualizado em 02/10/2012, 23:59 | Autor: Hieros Vasconcelos Rego
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A quatro dias das eleições municipais, professores da rede estadual de ensino prometem realizar nesta terça-feira, 2, a terceira paralisação de 24 horas desde o fim da greve, há 60 dias. O sindicato dos professores (APLB) afirma que a intenção é cobrar do governo a reabertura da mesa de negociações. Um ato público na Praça da Piedade está programado para as 9 horas. Segundo o presidente da APLB, Rui Oliveira, não houve consenso entre a categoria e o governo do Estado sobre o reajuste salarial.

Inicialmente, o sindicato propôs 22,2% até o final deste ano. O governo então acenou com a possibilidade de parcelamento do reajuste: 6,5% (pagos em janeiro), 7% em novembro e mais 7% em março de 2013. "A assembleia geral rejeitou a proposta do governo, mas não elaborou uma nova. Não quero criar expectativa. Nós queremos sentar para ver o que será feito, analisarmos os pontos e contrapontos de uma nova proposta", afirmou Oliveira.

A greve terminou, conforme o sindicalista, porque o Estado aceitou readmitir os professores do Reda demitidos durante os dias do movimento, devolver os salários cortados durante quatro meses, retirar os processos administrativos contra os professores em estágio probatório e os processos judiciais contra  a APLB.

O Estado teria ainda aceitado  devolver três meses de recursos da contribuição sindical retidos. "Sobre a contribuição sindical, o governo só devolveu dois meses. Falta um", disse Rui Oliveira.

Secretaria - Por meio da assessoria de comunicação,  a Secretaria da Educação (SEC) disse ter enviado ofício à APLB para agendar reunião no dia 10 deste mês. Garantiu, ainda, que os três dias de paralisação entram no calendário de reposição de aulas para os 132 mil alunos das 104 escolas paralisadas do início ao fim da greve. O  cientista político Joviniano Neto considera perigosa e controversa esta paralisação da categoria, próximo das eleições.

Para ele, o momento é "inoportuno", caso o objetivo seja mostrar pendências da pauta de reivindicação. "Revela um desconhecimento do movimento sobre a realidade do processo eleitoral", opinou. Por outro lado, o especialista disse que a paralisação pode funcionar para relembrar ao eleitorado uma greve que desgastou o governo - o que é, na visão dele, a pretensão de alguns  insatisfeitos.

"Mesmo com boa intenção, não há como atrair a atenção do governo, que está voltado para o pleito. Era mais justo adequar o movimento ao calendário letivo do que ao calendário eleitoral. Mas, se for um momento de vingança, sem a memória, é uma má ideia, pois a vingança não é boa conselheira. Deve-se agir racionalmente para fortalecer os interesses", apontou.

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