BAHIA
Arquidiocese de Salvador instala processo de beatificação da Madre Vitória
Por Da Redação
Após mais de um mês da canonização de Irmã Dulce, a Santa Dulce dos Pobres, ocorrida no último dia 12 de outubro, a Bahia pode ganhar mais um ícone religioso. A Arquidiocese de Salvador faz na próxima terça-feira, 19, a instalação do processo de beatificação da Madre Vitória da Encarnação.
O evento acontece às 16h, no Convento do Desterro, localizado no bairro de Nazaré e contará com uma Missa presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. Tendo como base a ocorrência de um milagre, a beatificação é considerada o primeiro passo para reconhecer alguém como santo.
Agindo como uma espécie de advogado, o postulador da causa da beatificação da Madre Vitória será o frei Jociel Gomes. Ele terá a missão de investigar a vida da freira para verificar seu testemunho de vida e de santidade. Iniciado o processo, começam oficialmente os estudos históricos sobre a época em que ela viveu e a busca por documentos que possam comprovar um milagre atribuído a sua intercessão.
Quem foi Madre Vitória da Encarnação
Segundo informações da Arquidiocese de Salvador, Madre Vitória da Encarnação nasceu em Salvador, então capital do Brasil colonial, em 6 de março de 1661. Em 1675, quando Vitória estava com 14 anos, seu pai Bartolomeu Nabo Correia desejou enviá-la, juntamente com sua irmã mais velha, Maria da Conceição, para um convento nos Açores, em Portugal, porém a menina se recusou, dizendo que preferia que lhe cortassem a cabeça do que ser enviada para um convento.
Em 1677, quando foi fundado o primeiro convento feminino no Brasil, o Convento de Santa Clara do Desterro da Bahia, a menina, então com 16 anos de idade, havia se tornado avessa à religião católica. Passados alguns anos, Vitória começou a ter frequentes sonhos com a Virgem Maria e Jesus, e aos 25 anos, após um dos sonhos, resolveu entrar no noviciado, onde recebeu o nome religioso de Vitória da Encarnação.
Conhecida pelo amor aos pobres, a ela também eram atribuídos os dons da revelação e da profecia. Segundo dados da Igreja Católica, a freira era capaz de saber o local exato em que uma pessoa, tida por desaparecida, se encontrava, assim como de prever acontecimentos futuros, chegando até mesmo a descrever eventos que aconteceriam por ocasião e após sua morte.
Após 29 anos de clausura, Vitória faleceu no dia 19 de julho de 1715. No momento de sua morte as religiosas disseram ter sentido uma maravilhosa fragrância de rosas a inundar as dependências do mosteiro. E durante o Rito das Exéquias (velório) um misterioso passarinho foi visto voando pelos corredores do convento numa velocidade jamais vista para um pássaro comum.
Os que ali se encontravam narraram este fato ao então arcebispo do estado, Dom Sebastião Monteiro da Vide, que disse ser “a alma da Madre Vitória voando para as mansões celestiais”. Naquela época, o povo já a chamava de “santa da Bahia”. Inúmeros foram os milagres narrados pelos seus devotos logo após sua morte.
Em 1720, apenas cinco anos após a sua morte, Dom Sebastião publicou em Roma a biografia da “santa da Bahia” com o título “História da Vida e Morte da Madre Soror Victória da Encarnação”. Seus restos mortais encontram-se na Igreja do Convento de Santa Clara do Desterro e estão depositados acima de uma das portas que ligam o coro de baixo à nave da Igreja.
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