IMPASSE
Assembleia aprova ‘indicativo de fim de greve’ de professores da Ufba
Mais de 260 pessoas votaram pela manutenção da greve
Por Gabriel Moura
Segue a greve os professores da Universidade Federal da Bahia. Em votação realizada nesta terça-feira, 18, na Reitora da universidade, os docentes decidiram manter a paralisação, mas com “indicativo de fim de greve”.
Uma nova assembleia será realizada no dia 26 deste mês, onde a expectativa é de fim definitivo da paralisação docente.
Foram 263 votos favoráveis ao seguimento da greve, com indicativo de fim, e 139 apoiadores do fim imediato, além de uma abstenção. Já são 51 dias de greve.
Já há proposta de reajuste apresentada pelo governo Lula. Ela é composta por auxílio alimentação; reajuste de 9% para 2025 e 3,5% para 2026, além de outras melhorias na carreira.
Presidente do Sindicato dos Professores das Instituições de Ensino Federais da Bahia (Apub), Clarissa Paradis, considera que a proposta é aquém do desejado, mas o possível a ser conquistado.
“Toda negociação a gente coloca tudo que a gente quer e vai no processo de negociação tentando ganhar o máximo que podemos. Mas estamos num contexto adverso, que o governo também tem dificuldade de bancar as suas políticas públicas dentro de um orçamento muito disputado com o legislativo. Entendemos que a luta pela universidade pública, pela valorização dos seus profissionais, ela é constante”, analisa a presidente.
Assembleia dividida
Ainda no início do encontro, um líder do Diretório Central Estudantil (DCE) se manifestou clamando pelo fim da greve. Na visão dele, o corpo discente deseja “retornar às salas de aula”.
Apesar de tímidos aplausos, o discurso foi marcado por fortes vaias capitaneadas por professores.
Logo depois, um outro professor subiu ao palanque, pedindo desculpas ao aluno. “Nunca vi professor vaiando aluno”, disse ele, que recebeu vaias ainda mais efusivas.
Após opiniões divergentes, o comando local de greve propôs a “preparação de saída” da paralisação, onde uma nova assembleia definitiva seria marcada para 28. Os argumentos foram, principalmente, uma adequação às greves de outras universidades pelo país, além do favorecimento ao retorno dos estudantes que moram fora de Salvador e retornaram para as cidades natais durante a paralisação.
Quase 50 universidades federais seguem em greve. A maioria optou pela criação de uma “unidade nacional”, com as instituições de ensino abandonando o movimento ao mesmo tempo.
Já a sugestão da direção da Apub foi pelo fim imediato da greve.
Em meio à disputa de vaias, aplausos e recomendações, um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências Humanas da Ufba ocupou a mesa da direção da Apub, que conduzia a assembleia, solicitando uma oportunidade de fala no microfone. Após longo debate, os jovens, que são contra o fim da greve, tiveram a reivindicação atendida.
No discurso, o representante dos dissidentes do DCE, ele denunciou uma “política neoliberal que está fazendo o teto da universidade cair em nossas cabeças”. Após a fala, ele foi aclamado de pé por professores que agitavam leques estampados com “greve”.
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