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Ato contra feminicídio reúne cerca de 300 pessoas em Serrinha

Por Nicolas Melo*

24/02/2018 - 12:41 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Manifestação chamou atenção para a violência contra mulheres na cidade
Manifestação chamou atenção para a violência contra mulheres na cidade -

Amigos e familiares de mulheres assassinadas em Serrinha (a 185 quilômetros de Salvador) fizeram um ato contra o feminicídio neste sábado, 24. O protesto reuniu cerca de 300 pessoas no centro da cidade.

O grupo se concentrou inicialmente na praça Morena Bela por volta das 8h30 e fez uma caminhada de 1 km até a praça Luís Nogueira. Eles levavam frases como:"Não há adeus mais difícil do que aquele que sabemos que é para sempre", "Violência contra a mulher basta!!!" e "Violência Basta!! Não nos matem porquê somos mulher".

A morte de Daiane Reis Mota, 25, que estava grávida de 9 meses, foi lembrada. A jovem foi morta com um tiro na nuca dois dias antes da data prevista para o parto. O marido Adilson Prado Lima Júnior, 25, foi preso apontado como autor do crime.

Não há adeus mais difícil do que aquele que sabemos que é para sempre

O pai de Daiane, Rubens Oliveira Mota, 56 anos, participou da manifestação ao lado da esposa, irmã e sobrinho. O corpo da gestante foi encontrado na manhã do dia seguinte ao crime por ciclistas que passavam pelo local. Na época, o suspeito afirmou para a família que desconhecia o paradeiro da esposa. Ele teria dito que saiu com a jovem, mas depois deixou ela no centro da cidade.

"Adilson nos enganou. Ele e o pai passaram a noite toda ajudando na busca pela minha filha, mas a polícia desconfiou quando ele foi prestar o depoimento depois que o corpo dela foi achado", relembrou Rubens.

"Ele (Adilson) fez tudo bem feito. A gente não suspeitou de nada. Só viemos saber das coisas depois do que aconteceu", complementou o pai da vítima.

Ciúme

Em depoimento à polícia, após ser preso no dia de 17 de dezembro, Adilson disse que suspeitava que Daiane estava grávida de outro homem, o que motivou o crime. Adilton foi levado para a carceragem do presídio em Serrinha, onde aguarda o julgamento.

Revelações

Após investigações, a família soube como era o relacionamento entre Daiane e Adilson. "Uma vez ele veio me dizer que estava querendo construir uma família. Eu não sabia que Daiane já estava grávida. Depois que ela morreu que eu soube que ele tinha até obrigado ela a tomar remédio, quando ela foi parar no hospital certa vez", revelou.

O crime aconteceu no dia 16 de dezembro de 2017, numa área de mata conhecida como Povoado do Murici, em Serrinha. De acordo com a advogada Ivana Silva de Santana, assistente de acusação contratada pela família de Daiane, o julgamento está previsto para acontecer no dia 16 de março, cerca de três meses depois do feminicídio.

Eu acredito na justiça e naqueles que vão analisar as provas, mas não há pena máxima que justifique o que ele fez. Ele matou a minha filha e todos os dias o filho dela pergunta onde a mãe está

"Eu acredito na justiça e naqueles que vão analisar as provas, mas não há pena máxima que justifique o que ele fez. Ele matou a minha filha e todos os dias o filho dela pergunta onde a mãe está", lamentou se referindo ao neto de 2 anos.

Imagem ilustrativa da imagem Ato contra feminicídio reúne cerca de 300 pessoas em Serrinha
| Foto: Tiago Souza
Familiares de Daiane Reis Mota vítima de feminicídio cometido pelo marido (Foto: Tiago Souza)

49 facadas

Familiares de Ana Paula Conceição Assis, 36, morta em 15 de abril de 2017, também participaram do ato. O crime também aconteceu no município de Serrinha. Ana Paula foi encontrada morta com perfurações de 49 facadas no bairro Campo do Matadouro e cerca de 10 meses após o crime, a polícia ainda não identificou o autor do feminicídio.

A irmã da vítima, Sidmara Conceição, 33 anos, que estava presente no protesto, disse que a família suspeita que Ana Paula foi morta por um homem com quem ela se relacionava. Contudo, eles não sabem a identidade do suposto parceiro da irmã.

Ana Paula morava sozinha no centro da cidade. Ele tinha três filhos de 20, 19 e 11 anos.

Imagem ilustrativa da imagem Ato contra feminicídio reúne cerca de 300 pessoas em Serrinha
| Foto: Tiago Souza
Parentes de Ana Paula Conceição Assis morta com 49 facadas (Foto: Tiago Souza)

*Sob orientação da editora Paula Pitta.

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