SIMÕES FILHO
Autoridades e Instituições condenam assassinato de Mãe Bernadete
Líder foi morta a tiros na noite de quinta-feira, dentro de terreiro na RMS
Por Da Redação
O assassinato de Bernadete Pacífico, também conhecida como Mãe Bernadete, tem indignado autoridades e instituições da Bahia e do Brasil. A líder quilombola foi morta na noite desta quinta, 17, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
Através de nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), repudiou o homicídio e se solidarizou com a dor de familiares e amigos. A pasta ainda afirmou que as forças policiais, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime.
Para Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Bernadete foi assassinada pelo mesmo grupo responsável pela execução de Binho, filho da líder e que havia sido assassinado cerca de seis anos antes.
"Ela sabia e a Justiça sabia que quem mandou matar Binho tava lá, perto da comunidade. Só que não deu nada. Ela nunca ficou quieta. Agora foi silenciada. Muito triste para nós", lamentou Denildo.
De acordo com ele, as lideranças das comunidades quilombolas e terreiros de Simões Filho são ameaçadas permanentemente por grupos ligados à especulação imobiliária, interessados em ocupar os territórios. O município fica na região metropolitana de Salvador.
Atual ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida determinou o deslocamento de equipes do Ministério dos Direitos Humanos para Simões Filho e expressou solidariedade aos familiares e à comunidade.
O Ministério da Igualdade Racial também enviará uma comitiva para reunião com órgãos governamentais da Bahia, atendimento aos familiares de Bernadete e proteção ao quilombo.
Outro providência será a convocação de uma reunião extraordinária do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo Religioso, para que providências sejam tomadas no âmbito interministerial.
"O ataque contra terreiros e o assassinato de lideranças religiosas de matriz africana não são pontuais. Mãe Bernardete tinha muitas lutas, e a luta pela liberdade e direitos para todo o povo negro e de terreiro tranversalizava todas", diz nota do ministério.
Deputada estdual, Olívia Santana pontuou que espera uma postura firme do estado na investigação e condenação dos criminosos. "O governador Jerônimo Rodrigues tem que determinar investigação rigorosa desses crimes abomináveis, que não podem ficar impunes. Uma perda dolorosa e irreparável", afirmou a parlamentar.
Quem também se manifestou foi a cantora Daniela Mercury. "Precisamos nos indignar coletivamente. Não podemos aceitar a morte de uma grande defensora de direitos humanos Quem matou Bernadete e a mando de quem?".
O Ministério Público da Bahia expressou repúdio através de nota de pesar e solidariedade. "O MP presta seu compromisso de que atuará de forma firme, em parceria com as forças policiais, na apuração, identificação e responsabilização criminal dos autores".
Por fim, o Instituto Marielle Franco divulgou nota pedindo uma investigação rápida e responsável do assassinato da líder, uma mulher negra e ialorixá.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes