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ALARMANTE

Bahia lidera casos de erros médicos no Nordeste

No ranking do País, estado é o segundo colocado, com 4.722 ocorrências no Conselho Nacional de Justiça

Por Madson Souza

12/08/2025 - 3:42 h
Detalhe do joelho lesionado de mulher que alega avaliação médica equivocada por três vezes consecutivas
Detalhe do joelho lesionado de mulher que alega avaliação médica equivocada por três vezes consecutivas -

Após tomar uma pancada forte no joelho, Marcela Vicente (nome fictício pois a fonte preferiu não se identificar) procurou atendimento médico três vezes e recebeu diagnósticos incompletos ou errados em todas. A repetição dos equívocos pode chocar, mas hoje a Bahia é o 2º estado do país com mais processos novos por resultados adversos em serviços de saúde no primeiro semestre deste ano e lidera o cenário no Nordeste. Ao todo são 4.722 ocorrências registradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Instituições de saúde, como o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) ou a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), não utilizam o termo “erro médico” para tratar do assunto, mas em essência os números tratam sobre resultados inesperados em procedimentos médicos. Ou seja, desde uma queda de maca até um diagnóstico errado estão inclusos nos dados.

Em todo o País foram 45.967 novos processos, que vão desde danos materiais a pacientes até danos morais fruto da prestação de serviços de saúde. No total, são 156.473 processos pendentes hoje no país. Podem parecer apenas números, mas são histórias que geram consequências na vida de pessoas.

Com três ligamentos rompidos após a queda, Marcela Vicente, fez um raio-x, tomou uma injeção e foi mandada para casa depois de sua primeira consulta. Após voltar para casa e tomar o remédio indicado ela não viu nenhuma melhora em seu joelho.

Foi só ao voltar para o mesmo local que Marcela fez uma ressonância que indicou os ligamentos rompidos, mas ainda assim ela voltou sem nada para imobilizar seu joelho - apenas com a recomendação de procurar um especialista. A indicação do terceiro profissional foi para que fizesse fisioterapia. O ato não surtiu efeito. Agora, ela procura um profissional que seja especializado em joelho para fazer seu tratamento. Enquanto isso não acontece ela vive com dificuldade de andar e com o risco de sua lesão se agravar com o passar do tempo.

“Estou com uma limitação física que tem me atrapalhado. Não tenho previsão de cirurgia e se tivesse sido identificado da primeira vez o joelho já teria sido operado e estaria me recuperando. Agora, fica um sentimento de insegurança, de completo receio, porque não sei em que profissional confiar. É como se a pessoa fosse só mais uma transação”, conta.

Números alarmantes

Com o recorte do primeiro semestre deste ano, a Bahia perde apenas para São Paulo, que conta com 5.836 resultados adversos nestes processos. O outro único estado com mais de quatro mil ocorrências é o Rio de Janeiro, que está na terceira posição. Os números de resultados adversos da primeira metade deste ano na Bahia superam a metade do total do ano passado (7.651 casos) representando 61,7% dos processos de 2024.

O gerente de operações da Organização Nacional de Acreditação (ONA) – acreditação na saúde é o nome dado para processos voluntários de avaliação de qualidade e segurança dos serviços –, Gilvane Lolato, aponta que os números da Bahia são alarmantes. “Qualquer número é muito alarmante. São casos que poderiam ser evitados, então é um número que a gente não aceita. É um número que deve nos incomodar e deve nos fazer pensar em novas ideias e barreiras para evitar que isso aconteça”.

Já o presidente do Cremeb, Otávio Marambaia, entende que o número de processos seria fruto de “malícia” dos pacientes. “Temos visto uma redução no número de denúncias e de processos ético-profissionais no Conselho, então nosso trabalho de pedagogia, de fazer com que colegas tenham o cuidado necessário no exercício da profissão, está dando resultado. Acredito que as pessoas querem alguma vantagem financeira e vão logo à Justiça, esperando ter melhor resultado”, comenta.

O presidente da Ahseb, Mauro Adam, pontua que esses processos são distantes da realidade das instituições privadas de saúde da Bahia. “Em grande maioria, são instituições acreditadas. Têm acreditação de certificadoras nacionais e internacionais, que tem como como um dos indicadores acompanhados os eventos adversos”, afirma. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) preferiu não se manifestar sobre o tema.

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