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Bahia Oil & Gas Energy começa com temas estratégicos

Primeiro dia de evento aconteceu nesta quarta-feira, 22, no Centro de Convenções de Salvador

Publicado quarta-feira, 22 de maio de 2024 às 22:26 h | Atualizado em 23/05/2024, 17:44 | Autor: Isabela Cardoso
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O Centro de Convenções de Salvador se tornou o epicentro das discussões e inovações no setor de petróleo e gás nesta quarta-feira, 22, com a abertura do Bahia Oil & Gas Energy 2024. O evento, dedicado ao fortalecimento e desenvolvimento do setor no Norte/Nordeste do Brasil, reuniu uma multidão de especialistas, empresários e autoridades para três dias de intensas atividades.

A abertura da ocasião contou com a presença de autoridades políticas como o prefeito de Madre de Deus, Dailton Filho (PSB); o Secretário de Infraestrutura da Bahia, Sérgio Brito; a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda de Salvador, Mila Paes; a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB); e ngela Guimarães, Secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).

A área de exposição contém diversos stands espalhados pelos pavilhões A e B, com 230 empresas e startups ligadas ao setor. Os visitantes puderam entender mais sobre temas como tratamento e valorização de resíduo, bandagem industrial e reforço em tubulações, perfuração de solo, troca de catalisador e transporte logístico, além de palestra sobre ESG (Environmental, Social and Governance), um conceito que mede o impacto das ações de sustentabilidade nas empresas e nos investimentos.

Também nesta quarta, a Transpetro, uma das empresas patrocinadoras do evento, lançou o programa Transformar, em convênio com a Prefeitura de Madre de Deus, uma iniciativa social com o objetivo de melhorar as condições de empregabilidade dos moradores do entorno do município, de suas operações por meio de ações de qualificação profissional.

Eficiência energética e modernização

Sergio Bacci, presidente da Transpetro, pontuou as iniciativas da empresa para promover a descarbonização e aumentar a eficiência energética em suas operações. Ele destacou o terminal de Guarulhos, um dos maiores da empresa, que passou por uma transformação ao adotar energia fotovoltaica.

“É o primeiro ativo do Sistema Petrobras a ter esse tipo de produção de energia própria, ou seja, agora é buscar a descarbonização zero. Do ponto de vista dos navios, a gente tem implementado vários equipamentos, várias coisas dentro do navio para economizar combustível. Economizando combustível, você diminui a emissão de poluentes, então toda a nossa frota está passando por esse processo de implementação de novos equipamentos, de novos sistemas. Por exemplo, às vezes você faz uma rota que uma reta não é a melhor rota, às vezes uma rota em curva você diminui o tempo de utilização do motor. Então são equipamentos desse tipo para a gente diminuir a produção de gases”, diz.

Sergio Bacci
Sergio Bacci |  Foto: Isabela Cardoso / AG. A TARDE

Bacci também compartilhou os desafios da empresa para diversificar sua base de clientes e modernizar sua frota. Ele ressaltou o compromisso da Transpetro em ampliar sua atuação além do sistema Petrobras, buscando novas parcerias e oportunidades de negócios.

“Uma das coisas que a gente está trabalhando e está buscando é diversificar o número de clientes que a Transpetro tem. Antes, a Transpetro só cooperava para o sistema Petrobras. A partir da nossa CG de chegada, a gente está ampliando esses clientes. Por exemplo, ano passado nós assinamos cem novos contratos, sendo que desses cem, só dois foram com a Petrobras, os outros foram com outros clientes. Então a gente quer diversificar o número de clientes que a Transpetro tem. Do ponto de vista dos navios, nós temos um projeto de construir novos navios no Brasil, é importante a gente ter uma frota renovada. Hoje a nossa frota é composta de 26 navios, isso representa cerca de 18% da Petrobras. A gente quer aumentar o número de navios para aumentar a nossa participação na frota Petrobras. A gente deve soltar um edital para quatro navios ainda no primeiro semestre e vamos trabalhar para que no segundo semestre do ano que vem a gente tenha mais editais, com mais navios pra gente ter uma frota mais moderna”, completa.

Modalidade Ship to Ship

A Transpetro também compartilhou conhecimentos sobre uma das operações logísticas de maior destaque da companhia: as operações de transbordo de petróleo e derivados entre navios (Ship to Ship). Elas cresceram 33% em 2023 quando comparado a 2022, totalizando 873 manobras em todo país. Essa opção logística é capaz de reduzir em até 30% os custos de transporte envolvidos no modal marítimo.

“Em 2023, foram realizadas 31 operações na Baía de Todos os Santos, movimentando 1,6 milhão de metros cúbicos de petróleo e derivados. E a tendência é de crescimento nas operações. Em 2024, já realizamos 16 operações só no primeiro quadrimestre, totalizando a movimentação de 900 mil metros cúbicos”, aponta o Gerente Executivo de Desenvolvimento de Novos Negócios e Comercialização da Transpetro, Gustavo Rosindo.

De acordo com Rosindo, essas operações possibilitam aos clientes maior previsibilidade, confiabilidade no suprimento do mercado e uma logística otimizada e eficiente.

“O crescimento das operações promove o aumento da arrecadação de tributos, impactando positivamente na sociedade. Em 2023, houve uma redução no resultado do seu indicador de gases de efeito estufa na ordem de 8,3% quando comparado com 2022”, destaca Gustavo.

Gás natural e biometano

Uma das empresas expositoras do evento é o grupo MDC, que investe em ativos energéticos com presença em toda a cadeia de gás natural, biometano, energia elétrica renovável e vapor através de biomassa, além de atributos ambientais como créditos de carbono e certificados de rastreabilidade de biometano (GAS-REC). O grupo tem três praças principais: a Energias Renováveis do Brasil (ERB), Companhia Distribuidora Gás Natural (CDGN) e a Ecometano.

Juarez Abdala, diretor comercial da CDGN, ressaltou a capacidade da empresa no transporte de gás natural e o seu pioneirismo em injetar biometano diretamente nos dutos de distribuição.

“O mesmo trabalho que a gente faz para conectar a oferta de gás natural dos produtores para o cliente final, a gente consegue fazer isso também com o biometano. Tem várias fontes de biometano, várias iniciativas no Brasil com a produção de biometano, mas a CDGN é capaz de levar este biometano quando ele não tem acesso a um duto. Hoje não tem nenhum projeto no Brasil que injete biometano direto no duto de transporte, mas no duto de distribuição, inclusive a MDC, através da subsidiária GNR Fortaleza, é a única empresa a injetar biometano direto no duto. A gente consegue tanto pegar esse biometano, de aterros e outras fontes, produzido de terceiros, comprimir ele, colocar dentro da carreta e levar para o cliente final”, explica Abdala.

Juarez Abdala
Juarez Abdala |  Foto: Isabela Cardoso / AG. A TARDE

De acordo com Juarez, há uma grande gama de projetos de gás em desenvolvimento no país que podem beneficiar o setor como um todo, como a Rota Três, no Rio de Janeiro, as descobertas offshore em Sergipe, as iniciativas de terminais de GNL, entre outros. Além disso, ele mencionou o objetivo da empresa em ser capaz de levar o gás natural para o interior do Brasil e para áreas não atendidas por gasodutos.

“A gente tem algumas iniciativas como a rota três no Rio de Janeiro conectando lá na região de Macaé. A gente tem descobertas Offshore em Sergipe também que vão disponibilizar bastante gás lá pra 2028 na malha. Nós temos também os terminais, as iniciativas de terminais de GNL ao redor do Brasil. A gente tem lá no Pará, tem um terminal anunciado lá no sul, tem um terminal de GNL no Rio de Janeiro, mas ainda assim, todas essas iniciativas que proporcionam um aumento relevante de oferta de gás no Brasil, a malha de distribuição ainda está muito concentrada no litoral. Então a gente vê com bons olhos esse aumento de oferta porque a nossa empresa vai ser um vetor de abertura de mercado e vai poder levar esse gás para o interior do Brasil, em cidades que não são atendidas com gasoduto”, afirma o diretor comercial.

Abdala trouxe ainda uma perspectiva sobre sobre o papel do gás natural no cenário energético brasileiro. “O gás natural, em comparação ao GLP e o óleo combustível, é um energético menos poluente, não é à toa que ele é chamado de uma energia de transição. Uma das importâncias é conseguir oferecer para a população um energético menos poluente. Tem um outro ponto de vista também, que muita dessas regiões são atendidas, por exemplo, por compra energético pelo uso de lenha ilegal. O pessoal fazendo desmatamento, trazendo a madeira de forma ilegal, sem o replantio, sem as condições necessárias para que se tornasse sustentável o uso da lenha. A gente conseguindo levar o gás natural para essas regiões para essas pessoas, além de ter o benefício ambiental, também tem um benefício social e sustentável para esse negócio”, conclui.

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