MEIO AMBIENTE
Acúmulo de lixo nas praias gera impactos ambientais e causa prejuízos
Dia Mundial da Limpeza de Praia, neste sábado, mutirões acontecem em vários locais a partir das 7h30

Por Mariana Brasil*

As praias de Salvador têm sofrido com o lixo jogado pelos banhistas. As regiões da Barra e da Cidade Baixa são duas das áreas afetadas pelo mau hábito. Para aliviar o problema, instituições realizam mutirões de limpeza ao longo do ano. Amanhã, Dia Mundial da Limpeza de Praia, ações acontecem em Vilas do Atlântico, Ipitanga, Buraquinho, Boa Viagem, Piatã, Ondina, Farol da Barra e Stella Maris, a partir das 7h30.
O Projeto Fundo da Folia e o grupo de trabalho para implantação do Parque Marinho da Cidade Baixa promovem atividades. “Parque Marinho é uma unidade de conservação de proteção integral, que visa o uso sustentável dessa área para o lazer, para o turismo, para os esportes, preservando a biota, a vida marinha e qualificando o espaço para ampliar as possibilidades de geração de renda para o entorno”, explica José Rodrigues, coordenador do grupo de trabalho.
O projeto foi iniciado há quatro anos, após a experiência na construção do Parque Marinho da Barra, situado entre o Forte Santa Maria e o Farol da Barra. “Nossas ações são feitas por uma iniciativa popular abraçadas pela prefeitura, através da Secretaria de Cidade Sustentável (Secis)”, conta o coordenador do núcleo de trabalho de implantação do projeto José Rodrigues, professor do Instituto Federal Baiano.
O coordenador explica que, junto a outros professores de universidades públicas e privadas, realizou estudos exigidos pelo Sistema Nacional de Unidade e Conservação para a criação do parque. “Os colegas dessas instituições, em conjunto conosco, fizeram os estudos técnicos sobre a biota, sobre a parte física e os usos que se têm na área”. O projeto também conta com o apoio de operadores de mergulho e atletas, que também oferecem aulas de natação, primeiros socorros e treinos de maratona aquática. José também cita a parceria com o Museu do Mar Aleixo Belov.
As ações amenizam a situação de sujeira e descuido, como narra Marilene Nascimento, líder comunitária do conjunto Santa Luzia, no Uruguai. “Tem uma preocupação com nosso bairro, é realmente cheio de lixo e as praias são um grande reflexo disso. As pessoas vão pra praia, mas não se preocupam depois em recolher seu lixo”. Boa Viagem, Cantagalo e Ribeira são algumas praias com maior quantidade de resíduos, segundo observa Marilene.
Além disso, a líder também pontua que o bairro possui grupos voltados ao cuidado ambiental de forma geral, como o Centro de Arte e Meio Ambiente (Cama) e a Cooperativa Camapet, que presta serviço de coleta de resíduos sólidos.
“Além do impacto visual, o lixo deixado em nossas praias pode causar o aumento na concentração dos compostos nitrogenados, que contribuem para redução da qualidade da água”, explica Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da Ufba. “A redução da qualidade da água pode afetar o desenvolvimento dos organismos marinhos. Ainda alguns itens como sacos plásticos, podem ser confundidos com alimentos sendo ingerido pelos animais que geralmente vão a óbito”.
A poluição em praias é vista em muitos outros pontos da cidade, como é o caso da Barra. “O que nós entendemos é que isso tem que ser feito de uma maneira geral do município, porque não é só nas praias. Salvador é uma cidade suja, em que a lata de lixo é o chão, independente de onde você esteja”, aponta Regina Serra, vice-presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra). “Somos parceiros do Fundo da Folia, que semanalmente recolhe lixo das praias, do Parque Marinho da Barra”. A líder aproveita para pontuar que as iniciativas são importantes, mas que cabe ao município tomar as providências adequadas.
Márcio Lopez, voluntário do Projeto Fundo da Folia desde 2014, conta que o foco das ações do grupo está na região do Parque Marinho da Barra, mas que são feitas intervenções em outros locais. “Alguns voluntários falam com amigos, alguns através de redes sociais, e pedem para participar”.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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