SALVADOR
Almoço da Sexta-feira Santa une tradição e o respeito às crenças
Por Aina Soledad l A TARDE SP
Amor e respeito às diferenças são os principais ingredientes do almoço da Sexta-feira Santa na casa da aposentada Jusenil Santana, de 64 anos, que se tornou evangélica há 16 anos, mas preserva a tradição de incluir o caruru e o vatapá, comidas associadas às religiões de matriz africana, na ceia da família.
"Prezamos pelo amor e pelos momentos em família. Eu respeito a religião do meu marido e filhos, católicos, e eles respeitam a minha", contou. A confraternização, que acontecia na residência do casal, no Barbalho, há dois anos, ocorre na casa da filha, a representante comercial Jamile Araújo, 34, em Praia do Flamengo.
Católico desde a infância, o aposentado Alfredo Araújo, 70, é devoto de Santo Antônio. Ela conta que o marido pediu para que um dos filhos nascesse no dia do santo casamenteiro.
A prece foi atendida e a segunda filha, Jamile, veio ao mundo 13 de junho. “No meu aniversário, meu pai me acordava cedo para ir à missa de Santo Antônio", lembra Jamile, que seguiu a mãe e é evangélica há sete anos. Os outros dois irmãos a seguem a religião do pai.
Para Jusenil, o afeto é superior à crença. Ela já foi até aconselhada a ameaçar se separar para o marido se converter. “Não aceitei. O nosso amor não tem nada a ver com a nossa crença”. Mesmo católico, Alfredo ouve os louvores indicados pela esposa e gosta das orações antes das refeições.
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