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ANIVERSÁRIO DE SALVADOR

Espaço preserva cultura africana no Pelourinho

Por Franco Adailton

28/03/2016 - 23:11 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Museu Afro-brasileiro
Museu Afro-brasileiro -

Pouco retratada em exposições pelo Brasil, a cultura africana tem seu espaço reservado no Museu Afro-brasileiro, que funciona no prédio da Faculdade de Medicina da Ufba, a primeira do Brasil, construída no século XIX, no largo do Terreiro de Jesus, Pelourinho.

Das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, por R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), o visitante pode mergulhar no universo das obras de arte da cultura africana, que, por meio dos povos escravizados, resultou por influenciar a diversidade cultural brasileira.

São mais de mil peças confeccionadas em madeira, metal, tecido, argila e cerâmica, que ganham vida nas formas de esculturas, adornos, trajes e instrumentos musicais.

Parte do acervo foi adquirida na década de 1970, vindo de países como Benin, Congo, Angola, Uganda e Moçambique.

Professora do Departamento de Museologia da Ufba, a coordenadora do museu, Graça Teixeira, explica que o espaço desenvolve a aplicação da Lei 10.639/03 - que determina a inclusão da história e culturas africana e afro-brasileira no currículo das grades escolares.

"A maior parte dos visitantes é de grupos escolares. Por isso enfatizamos as ações afirmativas, para desconstruir o discurso de que a África não produz arte", disse. "Pelo contrário, aqui, podemos ver a riqueza cultural daquele continente, que influenciou a cultura brasileira", concluiu.

Imagem ilustrativa da imagem Espaço preserva cultura africana no Pelourinho
| Foto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE

São mais de mil peças que compõem o acervo do espaço

Descoberta

Membro de um grupo de cerca de dez visitantes, o hoteleiro português João da Silva, 61 anos, admirava, atento, parte do legado cultural trazido por seus compatriotas ao Brasil.

O turista aproveitou a primeira passagem por Salvador para conhecer a história local, junto com a esposa e o filho.

Depois de passear pelas ruas de pedra do Pelourinho, onde passou rapidamente pelo Museu Afro-brasileiro, ele seguiu para o Museu da Misericórdia, a poucos minutos a pé.

"As casas de misericórdia, em qualquer lugar do mundo, costumam realmente ser muito bonitas", ele observou. "Tudo aqui também tem a ver com a história de nossos antepassados portugueses. Por isso, me admira muito aprender sobre o que ainda não sei", concluiu.

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