SALVADOR
Aquecedor solar explode e causa danos no litoral norte
Por Deodato Alcântara e Helga Cirino, do A TARDE
Perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e investigação da empresa fabricante do equipamento vão ajudar a elucidar o que poderia ter provocado a explosão de um aquecedor solar (também chamado de acumulador de energia solar), em um condomínio de luxo do distrito de Monte Gordo, em Camaçari (Região Metropolitana de Salvador), na madrugada da última segunda-feira, 22.
O acidente destruiu quase que totalmente a casa onde a máquina estava instalada, dois outros imóveis vizinhos e provocou danos em pelo menos 13 apartamentos de um village próximo, que teve vidros quebrados apenas pelo brusco deslocamento de ar causado pela explosão.
Ficaram feridos o dono do imóvel, o empresário parisiense Cedric Pastour, 40 anos, e dois rapazes que prestavam serviço para ele.
Pastour, que chegou da França na semana passada para as festas de fim de ano na sua nova casa de veraneio na Bahia – no Costa Smeralda, um dos conjuntos do Summer House Jenipabu, na Estrada do Coco, a cerca de 40 quilômetros de Salvador –, ficou com lesões externas, principalmente no braço direito e teve o pulmão atingido, porém não corre risco de morte.
Segundo seu advogado, Maurício Kértzman Szporer, foi submetido a cirurgia e ainda inspira cuidados intensivos, internado no Hospital Aliança, em Salvador.
Szporer contou que seu cliente dormia em um dos quartos e só não morreu por causa de um móvel alto, que sustentou a maior parte da parede que atingiria Pastour. O acidente aconteceu por volta das 4 horas e vizinhos, além de funcionários do condomínio, socorreram as vítimas.
Em uma ambulância, Pastour foi levado ao Hospital Geral de Camaçari (HGC), de onde foi transferido ao Aliança. Os rapazes (um deles George Santos), com lesões externas leves, receberam cuidados no posto de saúde do próprio distrito e já receberam alta.
A explosão foi violenta ao ponto de arrancar a base de sustentação da mansão, constituída de toras de madeira de aproximadamente 300 quilos, arremessando-as nas duas residências vizinhas. “Parecia que tinha caído um avião, em algum lugar bem perto, principalmente pelo estrondo. As janelas das casas das imediações foram estilhaçadas, sem contar o susto”, comentou um vizinho que preferiu não se identificar.
Outras vidraças do tipo blindex, das imediações, foram estilhaçadas. E o Fiat Uno de placa JUW-1156, estacionado próximo ao lugar do acidente, também sofreu danos.
Investigação – O acidente foi registrado na 33ª CP (Delegacia de Monte Gordo) e tem o delegado titular, Sérgio Sotero, à frente. Na terça-feira, 23, Sotero informou que já deu início às investigações, mas ainda faltam depoimentos de vários envolvidos, representantes da empresa fabricante (o equipamento tem a marca Ouro Fino), da empresa que o comercializou (Terwal Máquinas) e das vítimas, entre outros. “Estamos começando as investigações, mas informações preliminares, colhidas no local do acidente, indicam que os registros usados seriam inadequados”, explicou.
O delegado também apura informações colhidas na localidade de que um vizinho estaria ligando outro aparelho no equipamento. “O instalador inclusive o teria alertado do perigo da ação”, acrescentou Sérgio Sotero.
De acordo com o professor de física da Universidade Federal da Bahia (Ufba), especialista em energia solar, Denis David, o sistema instalado na casa (sistema de aquecimento de água) tem um processo semelhante ao de uma panela de pressão.
“Ele possui um reservatório chamado de boiler, que deve ter água. Se o dia estiver quente e água tiver evaporado, é necessário que o aparelho tenha um abertura para liberar o vapor. Se não tiver, certamente vai explodir“, explicou o especialista.
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