SALVADOR
Até 2023, lixo é problema a ser resolvido em Salvador
Por Tássia Novaes
Das 115 mil toneladas de lixo geradas mensalmente em Salvador apenas 2%, ou seja, 2,3 mil toneladas são recicladas. O restante é dispensado no aterro sanitário do município sem passar por nenhum tipo de coleta seletiva.
Devido à falta de aproveitamento, o acúmulo de lixo tem sido fonte de preocupação por parte dos engenheiros sanitários. Isso porque a capacidade dos aterros, solução desenvolvida especialmente para dispensar os resíduos de forma segura sem agredir o meio ambiente nem a população, começa a ser ameaçada.
“È muito difícil encontrar terrenos extensos nos grandes centros urbanos onde seja possível construir aterros compatíveis com a quantidade de lixo gerada pelas pessoas. As projeções apontam que o crescimento na quantidade vai chegar ao ponto de não mais espaço para descarta-lo”, explica Luiz Roberto Moraes, professor titular em saneamento da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Em Salvador, o aterro sanitário foi construído em 1998, no quilômetro sete da Via Parafuso, numa área de 250 hectares para atender uma população composta por 2,7 milhões de habitantes. “Os aterros costumam ter vida útil de 20 anos, em média, e o lixo é um item que sempre será produzido pelas pessoas e pelas indústrias”, alerta Moraes.
Antes o lixo era dispensado de forma irregular no lixão de Canabrava, um risco ao meio ambiente com contaminação do solo e dos recursos hídricos e à saúde pública com proliferação de doenças, além de favorecer um problema social devido à presença de catadores de lixo, os badaneiros. Com o aterro sanitário, esses problemas foram solucionados.
Segundo o gerente do setor de dispensa de resíduos da Limpurb, Roberto Carlos Boa Ventura, pode até ser que a capacidade do aterro sanitário de Salvador seja prolongada por mais cinco anos. “A empresa concessionária tem como missão estender ao máximo a capacidade do aterro com uso de novas tecnologias e a Limpurb, como parceira, quer investir na reciclagem para diminuir a geração de lixo”, diz.
Embora a projeção seja positiva, apenas cinco anos não ameniza a preocupação de onde dispensar o lixo gerado pela população soteropolitana a partir de 2023. “Já fizemos algumas avaliações sobre terreno disponível e só encontramos na região da BR-324”, revela Boa Ventura.
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