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SALVADOR

Autoescolas oferecem curso para quem tem medo de dirigir

Por Karina Costa l A TARDE

25/10/2010 - 20:59 h

Mesmo habilitadas, algumas pessoas não conseguem dirigir devido ao medo. O fato é tão comum que existem autoescolas em Salvador que oferecem curso especializado para motorista que tem fobia de enfrentar o trânsito dirigindo. Os motivos para essa manifestação “de pavor” são diversos, como aponta a psicoterapeuta Sílvia Santana.

De acordo com  a especialista, “se alguém está apto a dirigir e não consegue é porque ela tem algo em sua vida que não consegue administrar bem”, diz ela, acrescentando que há motorista que também não dirige por conta de traumas envolvendo o trânsito. A psicoterapeuta salienta ainda que, “antes de querer assumir a direção de um veículo, o condutor deve saber o que na vida dele está sendo deixado de lado”.

No site de relacionamento Orkut, existem mil comunidades sobre o tema. Só em uma, 4.807 membros se reúnem para trocar experiências. Para atingir esse público, a empresa paulista Dirigindo Bem Centro de Treinamento para Habilitados, com filial na Avenida Paulo VI, Pituba, tem instrutores e psicólogos à disposição dos alunos.

O gerente da filial em Salvador, Vagner Oliveira, informa que cerca de 30 mil pessoas em todo o País já foram atendidas pela empresa. Ele explica que as atividades funcionam da seguinte forma: a cada três aulas práticas há uma consulta com um psicólogo. “Não existe um número específico de aulas porque isso vai depender do nível de medo da pessoa e de como ela reage às aulas e ao acompanhamento”, pontua.

O instrutor de trânsito da Autoescola Iguatemi, no Caminho das Árvores, Edilson Silva, já perdeu a conta do número de alunos desencorajados a dirigir que atendeu. “Muitos chegam pedindo para ir a lugares vazios, onde não precisem fazer grandes manobras ou meia-embreagem. Depois, eles acabam perdendo o medo gradualmente”, diz ele, que tem mais de 30 anos de experiência.

Em cidades grandes como Salvador, o trânsito requer agilidade, segurança e experiência dos motoristas. Segundo ele, por conta disso, aulas voltadas a esse público exigem paciência e vasta experiência do instrutor.

Ainda de acordo com Silva,  quando começam as aulas, aos alunos são relembradas as lições teóricas oferecidas na preparação para a primeira habilitação, e depois são iniciados os exercícios práticos. “Não vamos levá-los para ladeiras no início das aulas. Se fizermos isso, a fobia continuará e ele nunca vai dirigir normalmente”, diz o instrutor, informando que cada aula dura em média 45 minutos e custa R$ 30.

Contradição - Proprietária de uma locadora de veículos, Maria Cristina Belens, 48 anos, resolveu não aceitar o pavor que tinha de dirigir e, aos 46 anos, tirou a primeira carteira de habilitação. “Eu tinha 10 carros em minha loja e não dirigia”, lembra ela, dizendo que, aos 20,  começou na primeira autoescola mas não teve coragem de fazer o teste. Foram mais duas tentativas ao longo dos anos e ela continuava apreensiva.

Apesar de ter tirado a habilitação aos 46, ela ainda não dirigia, algo que só veio a acontecer depois de 50 aulas com o instrutor Edilson. O dia do teste é relembrado por Maria Cristina como um dia de superação. Na época, tinha sido desencorajada pelo ex-marido, que dizia: “Burro velho não dirige, puxa carroça”. Conforme ela diz, quando soube que tinha superado o medo, guardou a carteira e, no dia do seu aniversário, a exibiu a todos. “Provei que podia dirigir”, diz ela, feliz com a conquista.

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