SALVADOR
Baianas cobram até R$ 10 por um acarajé
Por Priscila Machado

Os produtos comercializados em pontos turísticos da cidade estão custando mais caro por causa da grande concentração de visitantes. No Centro Histórico, o acarajé, que antes do Mundial custava R$ 5 e R$ 6, agora é encontrado por até R$ 10.
A baiana Valdelice Lima, 28, disse que houve ajuste no preço, mas negou ter sido motivado pela movimentação de turistas. "O preço é único", disse ela à fotógrafa de A TARDE, que tentou explicar que era baiana.
A famosa iguaria baiana custa R$ 9 (sem camarão) e R$ 10 (com camarão) na barraca de Val. Na de Mary, localizada na praça da Sé, próximo à Cruz Caída, sai por R$ 8 (com camarão) e R$ 7 (sem camarão). O refrigerante em lata, que no mercado custa R$ 1,20, em média, é vendido a R$ 3 no tabuleiro da baiana.
No largo das baianas em Amaralina, lugar pouco visitado por turistas, o acarajé está mais barato: R$ 5 (sem camarão) e R$ 6 (com camarão). "Eu acho que é o preço ideal", disse a baiana Joselice Batista, 42, que lamentou o esvaziamento do espaço.
Apesar de o refrigerante custar acima do comum no Pelourinho, a alemã Eva Maria Steger, 26, considerou o preço razoável. Ela disse que se surpreendeu, mesmo, ao pagar R$ 7 por um refrigerante (em lata) no aeroporto.
"Eu moro há um ano em Fortaleza, conheço os preços das mercadorias e sei que este valor é exorbitante", disse.
Em alguns pontos, o preço do produto varia de acordo com o comprador. A água de coco, por exemplo, é vendida por R$ 6 e até R$ 7 a um estrangeiro. Mas o soteropolitano compra por R$ 3. "Para você, eu faço por esse valor. Aproveita que para o gringo eu cobro R$ 7", disse o vendedor Tiago Silva, 19.
Ainda no Pelourinho, na praça Anchieta, o alemão Hans Vieting, 47, pediu ajuda à reportagem para negociar a compra de uma camisa do Brasil. O vendedor informal Antônio da Cruz, 35, cobrou R$ 100 pela peça, que, na Baixa dos Sapateiros, custa R$ 20, em média. Sixty (sessenta), dizia Hans, em inglês, estabelecendo o preço que poderia pagar. Irredutível, o vendedor disse, em português, que o preço mínimo era R$ 70. O alemão rejeitou a proposta e saiu sem levar a camisa.
Denúncia
Segundo o titular da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon-BA), Ricardo Maurício, estabelecimentos e hotéis estão sendo fiscalizados pelo órgão.
Ainda de acordo com ele, a pessoa que se sentir lesada em qualquer relação de consumo pode fazer uma denúncia ao órgão, por meio do e-mail [email protected] ou pelo telefone (71) 3116-0567.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) informou que fiscaliza apenas a qualidade do produto. O preço, segundo o órgão, fica a critério dos comerciantes.
Os preços só são fiscalizados pela Semop, de acordo com a assessoria do órgão, no entorno da Arena Fonte Nova e na Fan Fest - espaços onde só é permitida a venda de produtos dos patrocinadores da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) e cujos valores são preestabelecidos.
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