COVID-19
Bruno Reis critica medidas burocráticas para vacinação infantil
Prefeito apontou que exigências do Ministério da Saúde atrapalham a imunização do público contra a Covid-19
Por Daniel Genonadio e Lucas Franco
Uma das grandes críticas na estratégia de Salvador para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 foi rebatida pelo prefeito da cidade, Bruno Reis (DEM/UB). A imunização do público contra a doença só acontece mediante a apresentação de autorização assinada pelos pais ou responsáveis e conta com um período de 20 minutos de espera após a aplicação da vacina para avaliar possíveis reações.
Bruno Reis se mostrou contrário as medidas, mas disse que elas são exigidas pelo Ministério da Saúde, e que por isso, está de mão atadas. O prefeito criticou as exigências, que chamou de "burocráticas" e fez um apelo para que elas sejam revistas. Até esta quinta-feira, 27, Salvador vacinou pouco mais de 21% das crianças de 5 a 11 anos.
"Tinha que rasgar essas porcarias todas e deixar cada prefeito tomar a sua decisão. Te garanto que estaríamos em outro patamar de vacinação. Queremos que não tenha exigência de autorização de pai para vacinar, que não precise de 20 minutos de espera para ver se tem reação e que não tenha intervalo entre vacinação de covid e gripe para crianças", disse o prefeito, em conversa com a imprensa nesta quinta.
O gestor ainda voltou a criticar os órgãos de saúde do Brasil e pediu a liberação dos autotestes de Covid-19 por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com Bruno Reis, se liberados, os testes serão distribuídos de graça para população de Salvador.
"Os maiores problemas são as pessoas que procuram as unidades de emergência com uma proporção muito maior do que no ano passado. Muitos vão realizar a testagem em busca de atestado para se afastar e por isso que o autoteste é importante. A sua aprovação resolveria muitos problemas. Temos 51 pontos de testagem e não estamos dando conta da procura", apontou.
O prefeito ainda criticou a Anvisa e disse não ver nenhum motivo para os autotestes não serem liberados. A agência irá decidir se libera ou não a nova ferramenta solicitada pelo Ministério da Saúde na próxima sexta-feira, 28, e a tendência é pela aprovação.
"Fica briga entre Anvisa, Ministério da Saúde e o povo paga por isso. Se o ministério solicitou, como está sendo feito em todo o mundo e não tem motivo para não liberar o autoteste. Isso iria facilitar muito. As pessoas deixariam de procurar os pontos de testagem e deixariam de ir para unidade de urgência e emergência. Nesse aspecto, não há justificativa técnica para a Anvisa não liberar e só posso pensar que estão fazendo politicagem barata nesse momento tão sério", argumentou Bruno.
Além disso, com alto número de casos ativos de Covid-19, apesar da menor gravidade dos casos devido a vacinação, a prefeitura de Salvador aumentou a oferta de leitos exclusivos para a doença. Serão abertos 28 novos leitos no Hospital Santa Isabel, 14 de enfermaria e 14 de UTI; 10 novos leitos de UTI pediátrica em parceria com o Martagão Gesteira e a abertura de uma tenda de suporte ventilatório no Vale dos Barris, com 10 leitos semi-intensivos. Além disso, nesta semana, 343 novos profissionais de saúde foram contratados.
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