REBELIÃO NA LEMOS BRITO
Parentes de presos ameaçam queimar pneus em frente a presídio
Familiares chegaram a bloquear a pista e exigem informações sobre feridos
Por Da Redação
A frente da penitenciária Lemos Brito, na Mata Escura, estava movimentada no final da manhã desta segunda-feira, 21, um dia após a rebelião que deixou cinco mortos na tarde deste domingo, 20. Parentes de internos queriam informações sobre quem são os feridos e chegaram a bloquear a pista e colocar pneus no local, que seriam queimados. A ação foi imediatamente contida por policiais militares.
A esposa de um dos presos, que não quis se identificar, foi ao local pedir informações. “Eles não querem resolver. Tem 17 feridos e eles não dão uma resposta, um nome, para ver se os nossos estão feridos ou se estão bem. O meu mesmo eu não sei se está bem, se está ferido, se está morto”, disse a mulher, que tem duas filhas. O nome do marido da mulher não está na lista de cinco mortes confirmadas.
A mulher cobrou por mais apoio da sociedade com relação ao tema e questionou por que duas facções rivais dividem o mesmo pavilhão. “Cadê os direitos humanos que não estão aqui? Cadê o ‘Reaja’, que não está aqui?”.
Também presente no local, mas como representante do Sindicado dos Servidores da Polícia Penal, Fernando Fernandes disse que, nesta terça-feira, 22, a categoria fará uma carreata saindo da penitenciária Lemos Brito e indo em direção ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), para cobrar do Governo do Estado a criação da Polícia Penal da Bahia. “Ela coloca ordem nos presídios, faz o policiamento interno, faz todas as atividades inerentes do sistema prisional. Desincumbindo inclusive um grande efetivo da Polícia Militar, que é destacada para fazer essas atividades que não são atribuições dela”.
O Coronel do Batalhão de Guarda, comandante Flávio Farias, confirmou que a briga no presídio começou por conta da rivalidade de grupos que estavam no local. “Eles [os grupos] lutam, por vezes, pela liderança da unidade prisional”, disse o comandante, que confirmou a informação com base nas filmagens assistidas. “Nós estamos tanto com o reforço do batalhão de guarda quanto do batalhão de choque dentro do complexo penitenciário. E na área externa das unidades prisionais. A situação é de tranquilidade. A revista está ocorrendo, nós estamos dando apoio para que a SEAP possa fazer a revista nas celas”.
Segundo o Coronel do Batalhão de Guarda, o material apreendido está na mão da unidade prisional. Celulares e armas brancas foram encontradas, mas armas de fogo, até o momento, não foram achadas. “Estamos reativando as revistas, que estão em andamento, para ver se a gente localiza essas armas”, disse.
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