SALVADOR
Caminhada na Pituba alerta para os riscos da obesidade
Por Jair Mendonça Jr.

Cerca de cem pessoas participaram na manhã deste sábado, 20, da 4ª Caminhada de Peso. Profissionais da saúde e especialistas que lidam diretamente com o tratamento da obesidade se reuniram na praça Aquarius, na Pituba, para alertar a população sobre os riscos da doença.
O evento, promovido pelo Núcleo de Obesidade do Hospital da Bahia (HBA), foi aberto ao público e contou com diversos serviços como orientação médica, aferição da pressão arterial, testes de glicemia e verificação do Índice de Massa Corpórea (IMC).
A gerente de hotelaria Camila Vila, 39 anos, é um exemplo de superação. Com 1,54 de altura, chegou a pesar 97 kg. Segundo ela, seu IMC era de 40, considerado preocupante pelos médicos. Hoje, três anos após a cirurgia bariátrica, seu peso é de 55 kg.
"Hoje posso dizer que estou inserida na sociedade. Tenho qualidade de vida. Posso abrir meu guarda-roupa e escolher qualquer peça. Vou à praia e, principalmente, gosto do que vejo no espelho", revela a gerente Camila Vila.
Epidemia
"A obesidade é uma epidemia mundial, com consequência negativa na qualidade de vida das pessoas e que gera um prejuízo de 2,8 bilhões de dólares em todo o mundo, conforme mostram os dados divulgados no mês passado durante o XVI Congresso de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, realizado no Rio de Janeiro", explica o cirurgião bariátrico e superintendente do HBA, Marcelo Zollinger, que também coordena as atividades no Núcleo de Obesidade do HBA.
O cirurgião bariátrico Marcelo Zollinger ainda afirma que o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial em números de obesos. Dados mais recentes do Ministério da Saúde (MS), divulgados em 2013, apontam que a frequência de obesidade e de excesso de peso entre os soteropolitanos passou de 9,8% e 39,7%, em 2006, para 14,1% e 47,3%, em 2013, respectivamente.
O percentual de homens obesos subiu de 9,4% para 9,8% e com excesso de peso de 41,9% para 45,8%. Entre as mulheres, os índices de obesidade aumentaram de 10,3% para 17,7% e de excesso de peso de 37,5% para 48,7%, conforme mostra o estudo.
A nutricionista Daniela Castro, presente na caminhada, garante que o fator hereditário é irrelevante no aparecimento da doença. "A causa da obesidade é multifatorial, ou seja, ela é decorrente de vários fatores que podem estar agindo isoladamente ou em conjunto. Entre esses fatores, está a ingestão aumentada de calorias, diminuição da atividade física, idade, fatores genéticos e emocionais", afirma.
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