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09/06/2024 às 6:45 - há XX semanas | Autor: Priscila Dórea

SOLIDARIEDADE

Campanha estimula doação de sangue pela sensibilização

No Brasil, segundo o MS, apenas 1,4% da população doa regularmente

Hemoba hoje abastece cerca de 200 unidades de saúde em toda a Bahia
Hemoba hoje abastece cerca de 200 unidades de saúde em toda a Bahia -

“Depois da dificuldade para realizar o básico, como respirar, por conta da falta de sangue, não consigo expressar minha gratidão a todos que doam sangue. São milhares de pessoas todos os dias esperando uma bolsa de sangue só para sobreviver. Vidas que só conseguem existir por conta da bondade de terceiros”, afirma Paloma Caroline Pacheco Santos, 31 anos. Diagnosticada com aplasia medular, entre 2022 e 2023 Paloma recebeu mais de 30 bolsas de sangue – e em novembro de 2023 ela, finalmente, recebeu seu transplante de medula.

Aplasia medular é a baixa produção de células do sangue, a chamada medula "vazia", e faz com que o paciente necessite de transfusões frequentes de sangue. Hoje, já com sua medula, mas ainda em tratamento, Paloma mora com a mãe em uma kitnet em Jaú (São Paulo) e criou uma vaquinha virtual para conseguir arcar com os custos de seu longo tratamento longe de Salvador. A jovem conta um pouco de seu dia a dia no @palomapoli, e depois de tudo que enfrentou a mensagem que ela divulga é um pedido para que as pessoas “doem sangue e doem medula, pois isso é fazer o bem sem olhar a quem, de verdade”.

Hoje no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,4% da população doa sangue regularmente, o que está dentro dos parâmetros da OMS – que diz que o ideal é ter de 1% a 3% de doadores no país –, mas ainda não é suficiente. Constantemente os principais bancos de sangue da capital (Hemoba, GSH Banco de Sangue Unidade São Rafael, STS Banco de Sangue e Vita Bahia) alcançam níveis críticos de sangue, enquanto milhares de pessoas podem precisar de transfusão a qualquer momento.

“Foi graças a Deus, aos médicos e, principalmente, a quem doa sangue, que agora estou vivíssima vendo meu neto crescer”, afirma a ex-servidora pública Dalci de Amorim, 63 anos. Doadora de sangue e medula há cerca de 30 anos, Dalci rompeu uma artéria nasal e precisou de transfusão de sangue há um pouco mais de um mês. “Entre os dias que passei internada em Riacho de Santana, minha cidade e no HGE, em Salvador, precisei de cinco bolsas de sangue”, recorda.

Durante a viagem de quase

10 horas em uma ambulância básica, ela teve um choque hipovolêmico (grande perda de sangue) enquanto passava pela cidade de Tanhaçu, onde o médico avisou que ela não resistiria se perdesse mais sangue. Uma ambulância UTI foi e Dalci chegou em segurança em Salvador. Hoje, com menos de 50kg, Dalci não é mais doadora, mas sua filha, a graduanda em medicina veterinária Narriman Amorim, segue seus passos. “Foi um grande susto o que ela passou, mas reforçou para mim a importância máxima da doação: salvar vidas”, afirma Narriman, que é doadora faz alguns anos.

Conscientização

Para o geofísico e doador de plaquetas de 49 anos, Emerson Sidinei, o importante é não esperar que algo ruim aconteça para começar a fazer o bem. “As campanhas para ajudar um amigo ou familiar são importantes, mas acredito que as pessoas devem entender melhor a importância da doação e o tanto de vidas que esse ato salva. Uma única bolsa pode salvar até quatro pessoas”, afirma.

Ele se tornou doador na faculdade, hoje é doador mensal de plaquetas e inspiração para o filho, Dimitri. “A verdade é que nossas ações podem influenciar outras pessoas”, garante Emerson.

Ainda criança Dimitri perguntou se podia doar também, mas era muito jovem na época – ter entre 16 e 69 anos é um dos critérios para doar. Ele fez 16 anos em abril de 2023, e no mesmo dia intimou o pai: “Agora eu tenho 16, quando você vai me levar para doar?”. Entre o trabalho do pai e as aulas do filho, a primeira doação de Dimitri veio em junho de 2023 e ele segue doando sempre que pode. “A importância de poder ajudar alguém me motiva, assim como ver meu pai doando com orgulho do que faz, então eu quis ser igual a ele”, afirma Dimitri.

Essa influência positiva que as ações de Emerson exerceram sobre o filho Dimitri traduz bem o tema da campanha do Junho Vermelho – que foi escolhido porque dia 14 de junho é o Dia Mundial do Doador de Sangue – da Fundação Hemoba (@hemobaoficial), que se chama “Para Sempre Doador: de Geração em Geração”, juntamente com Hemocentros Unidos. A ação busca incentivar as pessoas doarem sangue de forma voluntária e altruísta através do convite a doadores de várias gerações (pais, filhos, avós), como gesto contínuo de solidariedade, cidadania e responsabilidade social.

Hematologista e coordenadora da coleta de sangue do Hemoba, Aline Dórea aponta que o estoque deles de O-, O+ e B+ está crítico no momento. “Esse estoque, claro, é dinâmico e muda ao longo do dia, quase todos os dias, à medida que as pessoas doam. Porém, com o que temos hoje é possível atender os pacientes por cerca de três dias, quando o ideal seria ter estoque para sete dias, então ninguém ficaria desabastecido”, explica. O Hemoba hoje abastece cerca de 200 unidades de saúde em toda a Bahia.

Para o vigilante de 43 anos, Ricardo Lessa, que já é doador há mais de 20 anos e que todo mês doa plaquetas, o “amar o próximo” precisa sair da teoria. “Se eu posso reservar um pouco do meu tempo para doar plaquetas e sangue para ajudar os outros, eu vou fazer. É você saber que pode tirar mais de uma vida do sufoco, sem olhar a quem. E realmente não importa a cor, raça ou gênero dessa pessoa, o que realmente importa é que com esse ato a gente está estendendo a nossa mão ao próximo e salvando sua vida”, afirma ele.

Líder de captação da Unidade São Rafael do GSH Banco de Sangue, Érica Santana explica que, em um cenário ideal, ao invés dos 20 a 30 doadores que aparecem por dia, haveriam de 80 a 100. “Mas isso não é de hoje, por isso seguimos trabalhando de forma árdua para cuidar das demandas dos sete hospitais que atendemos. Nesse Junho Vermelho as campanhas são intensificadas por causa do Dia Mundial do Doador de Sangue (14), mas é importante que esse ato solidário aconteça durante todo o ano”, afirma.

E os festejos juninos por todo estado são um grande motivo para redobrar as campanhas de doação, pois nesse período aumentam o número de acidentes nas estradas e os casos de queimaduras, por exemplo, e a necessidade de transfusões aumenta. “Além, das demandas que já temos com pacientes com os mais diversos quadros clínicos que necessitam de transfusão. Qualquer pessoa que se encaixe nos critérios pode fazer esse ato solidário, não é à toa que o nosso tema este ano é: Quem salva em doação também salva com o coração”, aponta Érica Santana.

Hemóvel amplia acesso de doadores

A falta de tempo e nenhum ponto de coleta por perto são as principais desculpas sustentadas por pessoas que dizem não poderem doar sangue. Foi pensando em ampliar esse acesso, que o Hemóvel foi criado pela Fundação Hemoba – e certeza que você já viu um desses ônibus por aí. Numa espécie de coleta itinerante, os Hemóveis possuem tudo que o laboratório de coleta de sangue tem, desde a cadeira confortável e o ar-condicionado, até o lanchinho e a hidratação no final.

“O grande trunfo do Hemóvel é justamente essa oportunidade de estar em lugares e até regiões onde vivem muitos doadores que, por diversos motivos, não conseguem ir nas unidades físicas de coleta”, explica a assistente social da Fundação Hemoba, Mônica Oliveira, que ressalta o quanto esse é um ato altruísta “e também é uma responsabilidade social, pois é essencial manter o estoque de sangue minimamente favorável para que possa atender a quem venha precisar”, explica.

Hematologista e coordenadora da coleta de sangue do Hemoba, Aline Dórea explica que o objetivo do Hemóvel é, justamente, chegar até esse doador. “Por isso firmamos parcerias com shoppings, universidades, mercados e hospitais, lugares com grande circulação de pessoas que, entre um compromisso e outros, podem fazer sua doação. Mas o Hemóvel vai para outros espaços também, qualquer pessoa interessada em ter uma unidade do hemóvel em sua empresa, por exemplo, basta entrar em contato com nosso setor de captação”, explica. Para solicitar um Hemóvel, basta ligar para (71) 3194-7842/7843, ou mandar email para conta.captacao@hemoba. ba.gov.br ou [email protected].

PARA DOAR

Critérios

Boa condição de saúde, mais de 50 kg, e ter entre 16 anos (menores de 18 devem estar acompanhado por um responsável) e 69 anos (maiores de 60 anos só podem doar se já tiverem doado antes)

Cadastro

Documento oficial com foto, CEP, endereço completo e telefone para contato

Triagem

Entrevista clínica: questões sobre sua saúde, viagens recentes, medicações e doenças. Sua temperatura, pulso e pressão serão a avaliados, e será feita a coleta de uma amostra de sangue para teste de anemia

Coleta

Em uma poltrona adequada, seu braço será limpo e a coleta de sangue, que dura em média 10 minutos, será feita. Em seguida é dado o lanche e a hidratação

Medula

Para se tornar um doador de medula basta preencher um cadastro e ter de 5 a 10 ml de sangue coletado. Você será contatado caso alguém compatível seja encontrado

Atenção

A cada 12 meses os homens podem doar até 4 vezes com intervalos de 60 dias e mulheres até 3 vezes, com intervalos de 90 dias

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