ACIDENTES
Campanha visa reduzir alta mortalidade no trânsito baiano
Acidentes causaram seis mortes diárias em 2021
Por Jade Santana*
Levantamento realizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) identificou que, em 2021, dentre outros dados, seis pessoas morreram diariamente nas estradas, vítimas do trânsito. Elas fazem parte de um contingente do trânsito, de aproximadamente 2,3 mil pessoas vitimadas por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT), no Estado da Bahia. Esse contingente foi -0,7% menor em comparação ao ano de 2020, quando a média foi de seis vítimas fatais de ATT por dia.
Divulgado pela SEI como uma forma de conscientizar a população sobre os acidentes de trânsito e apoiar o movimento Maio Amarelo, o trabalho foca em trazer clareza sobre os dados referentes aos acidentes de trânsito na Bahia. O Movimento Maio Amarelo tem a proposta de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito em todo o mundo. A intenção é colocar em pauta a segurança viária e mobilizar a sociedade, envolvendo diversos segmentos e propagar o conhecimento.
A taxa de vitimização indica que, em 2021, foram 15,3 vítimas por ATT a cada 100 mil baianos. Em uma análise da série histórica de 2000 a 2021, observa-se que essa taxa elevou-se de 9,2 no primeiro ano, alcançando a maior taxa de 20,2 no ano de 2012, até a taxa identificada no ano passado. A caracterização desse tipo de morte indica que a cada 10 vítimas, oito eram do sexo masculino. Por sua vez, as mulheres respondiam por 20% das vítimas em 2021. Sendo que metade desses óbitos ocorreu em vias públicas.
Para Jadson Santana, economista da Superintendencia de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), ao observar os acidentes ao longo dos últimos anos, é possível perceber que há uma tendência de redução do número de vítimas fatais. "A gente acha que um dos principais fatores desta redução são as medidas legais impostas pelo governo brasileiro. Nos últimos anos, o estado vem tentando regular o comportamento da sociedade no trânsito, e a principal dessas medidas é a Lei Seca de 2012. A queda de casos passou a ser mais acentuada após essa lei ser aprovada", explica. Santana adverte, porém, que a partir dos dados não é possível interpretar uma atenuação dos acidentes, mas a redução de mortes e aumento de pessoas recuperadas.
Quando analisada a distribuição das vítimas por acidentes, os ocupantes de veículos (38% do total) tinham a maior participação, seguidas das vítimas motociclistas (37,4%) e das vítimas pedestres (12,3%). Observando as taxas de vitimização por interior, capital e demais municípios da Região Metropolitana de Salvador, nota-se que o interior da Bahia registrava taxas mais elevadas: 17,7 vítimas a cada 100 mil pessoas. Em Salvador, essa mesma taxa era de 5,4, enquanto que na RMS, exceto Salvador, foram 5,3 vítimas fatais de ATT a cada 100 habitantes.
De acordo com Vinicius Passos, representante do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo e presidente da Cooperativa mista de motoristas e mototaxistas do estado da Bahia, muitos motociclistas que trabalham com entregas acabam sendo imprudentes por conta das demandas. “Com o número excessivo de entregas, o motociclista infelizmente é imprudente”, disse.
O mototaxista, Lucas Sá Barreto já se envolveu em 5 acidentes nos 4 anos de atuação. “A pessoa vai pra rua sem ter a certeza que vai voltar ou se vai conseguir cumprir com a missão de buscar uma renda. Percebo que em 50% das vezes os acidentes são culpa do motociclista e 50% de outros agentes envolvidos, como motoristas de caminhão, ônibus, carros e pedestres”.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes