TECNOLOGIA
Capital baiana sedia maior evento de robótica da América Latina
Cientistas e estudantes disputam provas e participam de congressos e mostras
Por Maurício Viana*
Em um cenário ainda um pouco distante dos filmes que retratam robôs e inteligência artificial, a realidade de robôs autônomos pode ser vista no maior evento de robótica da América Latina. O Robótica 2023 acontece no Centro de Convenções de Salvador até a próxima quinta-feira, 12, das 9h às 22h, com entrada gratuita.
Cientistas e estudantes de todo o Brasil, além da presença de representantes do Chile, México e Portugal, disputam provas e participam de congressos e mostras. Os robôs autônomos são capazes de realizar diversas atividades, desde ações domésticas simples até tarefas mais complexas.
Promovido pela RoboCup Brasil e organizado pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), por meio do Centro de Pesquisa em Arquitetura de Computadores, Sistemas Inteligentes e Robótica (ACSO), o Robótica reúne diversos eventos em um: a Mostra Nacional de Robótica; a Competição Brasileira de Robótica; a Olimpíada Brasileira de Robótica; além dos congressos e workshops para estudantes e profissionais da área.
“Há mais de 15 anos que um evento desse não acontece aqui. Da última vez, foi bem menor que esse. No domingo, muitas famílias vieram e, hoje, muitas escolas. O pessoal tem ficado maravilhado com as melhores universidades e escolas da América Latina disputando mais de 16 desafios diferentes”, comenta o coordenador-geral do evento, Marcos Simões.
Estreia
O gerente de logística e estudante de ciência de dados Jozias Levi teve a primeira experiência. “É minha primeira vez em convenção e primeiro contato com a robótica. Achei muito legal a variedade de níveis, desde iniciante até mais avançado. Está sendo uma vivência gratificante”, conta.
As pesquisas de simulação e resolução de problemas da vida diária chamaram mais atenção. “Um dos desafios mais recentes é a liga de drones autônomos, sem piloto. Eles precisam fazer tarefas de habilidade e inteligência para identificar onde tem que pousar, carregar e transportar coisas, além de fazer contabilidade de materiais. Se eles conseguirem transformar esses experimentos em produtos, vou ter um robô em casa que vai limpar, cozinhar e até prestar primeiros socorros para uma pessoa idosa”.
Nas competições de robôs autônomos de tarefas cotidianas, cerca de 2 mil estudantes do ensino superior, médio e fundamental buscam o título e a classificação para o mundial. Durante o ano inteiro, foram cerca de 1800 equipes do Brasil e mais de 10 mil pessoas.
Uma das equipes é a baiana Bahia Robotics Team (BahiaRT), do ACSO, da Uneb, na prova “At Home”, com os robôs autônomos para reconhecer, pegar e colocar objetos em uma área que simula uma casa. “São passos que precisam ser realizados com perfeição para que ele possa executar o objetivo. É complexo e delicado. As resoluções que fazemos aqui podem ser implementadas e virar artigos ou TCC, sendo utilizados em outras universidades e por empresas do mercado”, pontua o estudante de Sistemas da Informação da Uneb e um dos mais de dez participantes da equipe, Tamir Amorim.
O coordenador-geral do evento, Marcos Simões, comemora a parceria com as escolas, que visitam o espaço e estimulam esses jovens. Foi o caso de Jonas Lorran, aluno do 1º ano do ensino médio do Colégio Estadual em Tempo Integral Professor Pedro Paulo Marques e Marques. “O que mais chamou a atenção foram um submersível de materiais reciclados e um sistema de irrigação que detecta quando o solo está seco ou úmido.”
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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