SALVADOR
Carteiros baianos cruzam os braços

Por ADILSON FONSÊCA, do A Tarde
No Centro de Distribuição Domiciliar da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), em Amaralina – o segundo maior de Salvador e de onde saem as cartas para ser redistribuídas aos moradores de Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Nordeste e Pituba –, 100 mil cartas não foram entregues na terça-feira, 1º, no primeiro dia da greve dos carteiros em todo o Brasil.
A greve dos funcionários dos Correios começou à meia-noite de terça-feira, é de âmbito nacional e por tempo indeterminado. Na Bahia, são aproximadamente 4.800 funcionários, dos quais pelo menos 2.200 atuam em Salvador. Na terça, segundo informações da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, a adesão atingia 90% dos serviços operacionais das agências em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Juazeiro, Alagoinhas, Itabuna e Ilhéus.
Em Salvador, aproximadamente um milhão de postagens são feitas diariamente, de 1,5 milhão que é realizado nas 467 agências próprias dos Correios em todo o Estado. As postagens vão desde encomendas vindas do exterior a simples cartas e demoram, em média, dois dias até chegar ao destino.
Quem foi às agências na manhã de terça em Salvador, como a aposentada Maria Dolores Nascimento, 67 anos, na agência da Pituba, não encontrou grandes problemas no atendimento. Contudo, a correspondência que ela postou não foi encaminhada pelos funcionários do Centro de Triagem. O mesmo se verificou na agência de Amaralina, onde os funcionários estavam de braços cruzados.
Já a assessoria de comunicação do Escritório Regional dos Correios na Bahia informou que a adesão era pequena e se restringia mais às agências em Salvador. Em muitas delas, os guichês de atendimento ao público funcionaram normalmente, mas as encomendas postadas não estavam sendo remetidas aos respectivos endereços.
Periculosidade – O não-pagamento, desde março deste ano, dos 30% de adicional de periculosidade aos carteiros foi o estopim para a deflagração da greve em todo o País desde terça. A diretora da Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios, Ana Nery Alves dos Santos, explicou que existe uma revolta entre os 110 mil trabalhadores do setor em todo o País.
Essa revolta deve-se ao fato de que, em novembro de 2007, foi assinado um termo entre o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e os trabalhadores, que previa o pagamento do adicional de 30% e a implantação do plano de carreira. “Em março, esse pagamento simplesmente foi suspenso e o plano não foi implantado”, disse. Ana explicou, ainda, que a categoria não pretende realizar piquetes nas agências, mas, com o grau de insatisfação crescente, a adesão foi maciça entre os operadores – que são 85% do pessoal da empresa.
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