SALVADOR
Casa onde Michael Jackson gravou está à venda por R$ 1,1 mi
Por Yuri Silva

O que você faria se tivesse com R$ 1 milhão sobrando na conta bancária? Se você não sabe, para os fãs baianos do rei do pop, Michael Jackson (1958-2009), talvez a resposta seja simples: comprariam o casarão azul em que o cantor gravou, em 1996, o clipe da música They don't care about us, no largo do Pelourinho.
Sim, o imóvel histórico está à venda, e os proprietários - um casal de italianos, segundo apuração de A TARDE - só pretendem se desfazer dele por R$ 1,1 milhão.
Ladeado por outras construções com arquitetura semelhante - uma deles também à venda, por R$ 600 mil -, o casarão fica próximo a pontos turísticos, como a Igreja do Rosário dos Pretos e a Fundação Casa de Jorge Amado. Ainda assim, ele se destaca e atrai turistas.
A sacada, com um banner do astro americano e uma reprodução dele em tamanho real, é cenário certo nas fotos de quem passa pelo Centro Histórico.
A ideia de transformar o local em espaço de visitação foi do comerciante Carlos Alberto, 52 anos, morador do Pelourinho "desde o antigo Maciel", como ele faz questão de frisar à equipe de reportagem.

Foto do arquivo de A TARDE mostra o dia de gravação (Foto: Wilson Besnosik l Ag. A TARDE l 10.02.1996)
A ideia
Ex-vendedor de cerveja, filmes, máquinas e pilhas - como mostra a antiga placa preservada na porta do andar térreo do imóvel -, o baiano começou a vender artigos referentes ao rei do pop ao perceber que aquilo podia dar dinheiro.
Chaveiros, camisas, sandálias, bolsas... Carlos Alberto passou a comercializar tudo que podia ter o rosto do cantor americano estampado. Colocou, ainda, um telão no local, onde o clipe de They don't care about us é repetido incansavelmente.
Ele paga um aluguel mensal aos donos da construção, mas não revela o valor nem aceita ser fotografado. O comerciante conta que notou o interesse dos visitantes e, na fala de uma criança, resolveu transformar a sacada em ponto turístico.
"Uma menina, uma criancinha, estava aqui comprando com a mãe e pediu para tirar foto na sacada. Aí, eu tive a ideia de fazer esse marketing. Quem compra qualquer coisa pode tirar a foto 'de graça' lá", relembra.
A iniciativa surgiu em 2008. Um ano depois, morria Michael Jackson, deixando um vácuo na música, mas aumentando o lucro de Carlos. "Foi aí que passou a ter mais visitante ainda", diz.
Futuro
O sorriso do comerciante cessa, entretanto, quando é questionado sobre o que vai fazer após a venda do imóvel pelos proprietários. Ele diz que "está ainda pensando" e fala com carinho do "ganha- -pão".
Para Carlos, o motivo da venda é a desvalorização do Centro Histórico de Salvador. "São muitos anos trabalhando aqui. Acho que estão vendendo porque o Pelourinho não é mais como antes. Ninguém tem muito interesse, está descuidado", afirma.
A TARDE não conseguiu contato com os donos do casarão azul. O número informado na placa fixada nas grades da sacada foi acionado, mas ninguém atendeu às diversas ligações da equipe de reportagem.
Fã do rei do pop, o casal de turistas cearenses Joserice e Marilac Rocha posou, nesta quinta-feira, 13, na famosa sacada do Pelourinho. Eles estavam ansiosos pela foto no ponto turístico. Antes, compraram chaveiros vendidos por Carlos Alberto.
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