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CENTRO HISTÓRICO

Casarão abandonado pode desabar no Santo Antônio Além do Carmo

Sobrado de dois andares datado do século 19, na rua Direta, está em área tombada pelo Iphan

Por Mariana Brasil*

24/09/2022 - 0:30 h
Imóvel de dois andares, localizado ao lado da Fundação Aleixo Belov, está em ruínas e coloca a vida de quem passa pelo local em risco
Imóvel de dois andares, localizado ao lado da Fundação Aleixo Belov, está em ruínas e coloca a vida de quem passa pelo local em risco -

Mais um dos casarões históricos do Santo Antônio Além do Carmo está sob ameaça de desabamento. O sobrado de dois andares localizado na Rua Direita, ao lado da Fundação Aleixo Belov, é possivelmente datado do século 19 e não é o primeiro a ficar em estado de deterioração. O edifício faz parte da área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), denominada de Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico do Centro Histórico de Salvador.

“Parece até um projeto, de tão antigo e repetitivo que é o descaso com o patrimônio de Santo Antônio e do Centro Histórico como um todo”, relata o poeta James Martins. Morador do bairro há 15 anos, ele conta que o nível de deterioração fez com que muitos casarões passassem a representar um risco à população do entorno, sendo frequentemente derrubados pelo Iphan sob este pretexto. “A função fiscalizadora do Iphan vem sendo negligenciada”.

James sinaliza ainda as deturpações feitas pelos proprietários, alterando fachadas, criando puxadinhos e mudando a fisionomia original dos sobrados, intervenções proibidas por lei.

O arquiteto e urbanista Nivaldo Andrade explica que os desabamentos são uma medida extrema, realizados quando o imóvel passa a trazer riscos. “O correto seria adaptá-lo às novas demandas, aos novos usos. Derrubar nunca é a única saída”.

“Na Travessa Bahia tem dois casarões que não têm a mínima condição de restaurar”, aponta Dimitri Ganzelevitch, morador do Carmo há 47 anos. “Muitas pessoas compraram barato e depois foram deixando as casas abandonadas. As pessoas que têm um casarão e que não têm condição de restaurar, têm que ser obrigadas a vender ou a restaurar, mas assim como está não pode ser”, aponta ele.

Os moradores destacam que, além do impacto emocional pela perda histórica, os desabamentos causam transtornos à vida prática de quem mora na região. “A rua fica fechada e a gente não tem via de trânsito livre”, relembra James. Para os comércios locais, o prejuízo é imediato.

“Aqui realmente ficou impossibilitado, eles fecharam a rua, por esse motivo a gente teve aqui um grande baque”, conta Sueli Silva, funcionária de uma padaria local.

Ao recorrer ao Iphan, James conta que o retorno recebido é de que os proprietários são notificados, mas nada é resolvido.

Outros problemas

A saúde pública do local também sofre com os efeitos desta situação, como aponta Juliana dos Santos. “Junta animal peçonhento, tem questão de ratos. Todas essas casas antigas têm problemas com ratos, porque eles ficam nesses terrenos baldios”, explica.

A jovem também relata que, antes da pandemia, casarões com as partes internas já destruídas eram invadidos para a realização de festas com música alta, prejudicando a base dos imóveis. “O som alto acaba também influenciando, é um impacto na estrutura. A gente também tem que ter essa fiscalização, não adianta só ter o prédio e cobrar para que ele seja reparado”, pontua ela.

Patrimônio

Em resposta, o Iphan informou que o edifício possui dois proprietários (térreo e andar superior) e que atualmente estão em curso processos para aplicação de sanções administrativas e aplicação de multa a ambos em razão do estado de conservação. Além disso, o Instituto informa que vem acompanhando a situação do imóvel junto à Defesa Civil.

O Iphan ressalta ainda que a edificação já foi vistoriada pelos órgãos, tendo-se verificado o desabamento de sua cobertura. O instituto afirma que mesmo que tenha ocorrido o desabamento parcial desses elementos, parte do imóvel ainda é preservado em suas características arquitetônicas, sendo passível de recomposição.

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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