SALVADOR
Centro, Boca do Rio e Plataforma terão medidas mais rigorosas de combate ao coronavírus
Por Rodrigo Aguiar
O prefeito de Salvador, ACM Neto, detalhou nesta quinta-feira, 7, diversas ações em três regiões da cidade para combater a propagação do novo coronavírus, com restrições viárias, proibição de atividades comerciais e aplicação de testes em massa, entre outras medidas. A entrevista virtual foi dada em conjunto com o governador Rui Costa. Inicialmente, as áreas da capital onde serão adotadas novas restrições são a Avenida Joana Angélica (e Avenida Sete), e os bairros da Boca do Rio, na orla, e Plataforma, no Subúrbio Ferroviário.
Nessas regiões, haverá interdição viária das 7h às 19h. Para os moradores, o acesso estará liberado a qualquer hora, mediante apresentação do comprovante de residência. O transporte público também vai funcionar sem nenhuma restrição. Todas as atividades comerciais, mesmo de estabelecimentos com menos de 200 m², estarão proibidas, exceto supermercados, farmácias, bancos e lotéricas.
As medidas, que terão validade inicial de sete dias, entram em vigor a partir de sábado, 9. O prefeito ressaltou, entretanto, que as ações podem começar a valer a partir de segunda-feira, 11, caso chova muito nos próximos dias.
Durante a coletiva, Neto destacou que as medidas não representam, tecnicamente, um “lockdown”, já que as pessoas não estão obrigadas a ficar em casa por força da lei. “O lockdown implica em impedir circulação de pessoas nas vias”, explicou.
Também foi anunciado um pacote de ações em apoio aos moradores, com distribuição em massa de máscaras, aplicação de testes rápidos, medição de temperatura, distribuição de cestas básicas para ambulantes e feirantes (independentemente de já receberem outros benefícios), higienização das principais ruas e enfrentamento ao Aedes aegypt. “A gente tem feito um apelo às pessoas para que não deixem acumular água em suas casas. Temos uma restrição para entrar nos imóveis nesse momento, por causa do coronavírus”, acrescentou o prefeito.
Auxílio de R$ 500
Também na coletiva, o governador Rui Costa (PT) falou sobre o plano de oferecer um auxílio de R$ 500 para manter em confinamento os infectados pelo coronavírus. “Abrimos duas unidades em Salvador: uma no Parque de Exposições e outra no Rio Vermelho, onde funcionava a Faculdade Ruy Barbosa, para acolher pessoas que pudessem passar a quarentena. Hoje temos três mil pessoas com vírus ativo, com potencial de trasmitir para outras. São essas pessoas que mantém o vírus circulando. Se conseguíssemos ter a garantia de que elas não estão contaminando outras, conseguiríamos reduzir significativamente a curva”, acredita.
A medida será valida em todo o estado, de acordo com o governador, com um limite de mil pessoas por cidade ou o número de casos ativos do município. Em Salvador, o auxílio será pago com o auxílio da prefeitura, que bancará metade do valor. Projetos de lei serão encaminhados para a Assembleia Legislativa e Câmara de Salvador para autorização do pagamento.
Aumento na circulação
Ao comentar a escolha inicial das três regiões citadas para adoção das novas medidas restritivas, o prefeito disse que foram observados o aumento dos casos, de pessoas transportadas nos ônibus e circulação de veículos. Na Joana Angélica, segundo a prefeitura, aumentou em oito pontos percentuais (de 27% para 35%) o volume no transporte público em relação ao registrado antes da pandemia (que representa 100%) e cresceu de 50% para 74% o tráfego de veículos.
Na Boca do Rio, subiu de 27% para 35% o fluxo transportado nos ônibus e de 50% para 85% o trânsito. Já em Plataforma, aumentou de 28% para 35% a quantidade de passageiros do transporte público e de 67% para 81% a movimentação de veículos. Foram registrados, em maio, 28 casos na Joana Angélica, 35 na Boca do Rio e 32 em Plataforma.
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