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LUTO

Cid Teixeira contou curiosidades e origem de regiões de Salvador

Ele conhecia como ninguém as histórias de ruas e bairros de Salvador

Por Matheus Calmon

21/12/2021 - 20:20 h | Atualizada em 21/12/2021 - 20:59

Considerado uma enciclopédia humana, o historiador Cid Teixeira sempre se manifestou contrário às mudanças dos nomes de ruas e espaços públicos. "Trocar nomes de logradouros públicos é um enorme desserviço à história", diz ele, que morreu nesta quarta-feira, 21, aos 97 anos de idade. Cid, no entanto, conhecia como ninguém as histórias de ruas e bairros de Salvador.

Por exemplo, o Mercado das Sete Portas, construído em 1940 pelo empresário Manoel Pinto de Aguiar, deu nome à uma das mais populares Avenidas de Salvador. Das milhares de pessoas que passam diariamente no local, poucas conhecem o real motivo do nome.

"Converse com seu amigo sobre o Largo das Sete Portas, com seu amigo turista, e termine com algumas lendas que envolvem este nome. Não tem nada a ver com portas da cidade. Um simples Armazém com sete portas. Sete portas de entrada e saída para pessoas comprarem que gerou o nome de Largo das Sete Portas", simplificou Cid no documentário “Toponímia da Cidade do Salvador”.

Na obra produzida pela documentarista Carolina Canguçu a partir de aulas do próprio historiador datadas de 1975 e exibida pelo Instituto de Rádio Difusão Educativa da Bahia (IRDEB), Cid contou a história do Farol da Barra.

"Essa cidade foi fundada uma fortaleza. Morar chegou depois, o começo era o defender. Na realidade, o primeiro forte que você vai encontrar é o Forte de Santo Antônio que normalmente que normalmente as pessoas conhecem como Farol da Barra. Mas você fica atento, pois o forte chegou primeiro do que o Farol. Manoel Telles Barreto construiu ali uma fortificação entre 1583 e 1587. Não aquela, evidentemente.

Uma fortificação naquele local, que aliás foi reconstruída, foi logo revista em pedra e cal pouco mais tarde, em 1591 até 1602. Quando os holandeses, homens da companhia das Índias Ocidentais, chegaram aqui na Bahia em 1624 era essa reconstrução de 1591 a 1602 feita por Francisco de Souza que estava lá, o que não impediu que João Van Dort saltasse com seus homens e tomasse a cidade. Ela sofreu uma série de modificações, uma série de transformações até que no governo de Dom João de Lencastre, entre 1696 e 1702 tomou aquela forma, aquela feição que você vê hoje lá".

O que hoje dá nome a uma rua no bairro do Rio Vermelho, antigamente era uma fazenda famosa pelo roseiral. Esta é a explicação do historiador ao que hoje é a Rua da Paciência.

"Passando pela Ondina, em direção ao Rio Vermelho, você está no sítio da paciência. Este nome praticamente está desconhecido hoje, vai se perdendo o nome da Fazenda Paciência. Esta Fazenda Paciência está hoje totalmente urbanizada, ocupada por loteamentos, por ruas novas, casas bonitas. Foi durante algum tempo -e isso se encontra referências abundantes em jornais da época- a chácara de um certo Francisco Pinheiro de Souza famosa pelo seu roseiral, imagina você".

Na oportunidade, ele exaltou o Subúrbio de Salvador e contou que esta parte da cidade possuía importância equivalente à outros pontos do município.

"Vamos para o Subúrbio, vamos para zonas normalmente pouco frequentados por turistas mas nem por isso menos belas, nem por isso menos importante, seja do ponto de vista paisagístico, seja do ponto de vista estritamente histórico. O Subúrbio Ferroviário começa no Lobato. Lobato ficou famoso pelo posto de petróleo pioneiro - pois lá pela primeira jorrou - vai em seguida e passa por Plataforma, nome que resulta exatamente de uma plataforma de defesa que não chegou a ser um forte, que vedava o esterco de cabrito tendo fortinho de São Bartolomeu da passagem do outro lado".

Em uma das aulas, Cid Teixeira contou sobre a história da Rua Chile e compartilhou curiosidades pouco conhecidas sobre fatos que marcam o local.

Você saia com seu amigo turista chega ali na Rua Chile e diga para ele você está pisando antiga Rua Direita dos Mercadores. Começava nas portas de Santa Luzia, que estavam aproximadamente onde está hoje o Palácio dos Esportes, e o velho prédio do A Tarde. No fim da Rua Chile, atual começo da atual praça Castro Alves, que já estava fora das portas e era o Largo da Quitanda, onde índio ao redor produzia as coisas e vinha vender às pessoas que estavam dentro das portas. Ali você tem de um lado a Rua dos Capitães porque dos Capitães -ela hoje é Ruy Barbosa. Veja com os olhos da Imaginação: dispa a cidade dos seus aparatos de edifícios de concreto armado e veja que exatamente ali está a face mais vulnerável do sítio escolhido por Tomé de Souza, e por isso mesmo, ali foram alojados os oficiais, os capitães, aqueles homens das armas que chegaram com o primeiro governador. Do lado esquerdo estava a fralda da montanha, defesa natural da cidade, a pique sobre o mar. Do lado direito estava a pequena Barroca protegida pelos capitães. E porque pequena Barroca? A Barroquinha."

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