SALVADOR
Clientes desconhecem proibição de sacolas
Oferta de sacos e sacolas plásticas é vetada desde ontem e comerciantes buscam formas de lidar com decreto
Por Madson Souza
No papel, está definida a proibição da oferta de sacos e sacolas plásticas no comércio de Salvador desde este domingo, 12, mas na realidade a história é outra. Enquanto comerciantes estudam a melhor estratégia para lidar com o decreto municipal, os clientes sequer têm conhecimento da mudança.
“A divulgação está pouca”, conta a vendedora Cátia França, que não sabia do veto. O decreto vale para todos os estabelecimentos comerciais de Salvador e foi definido pela Lei Municipal nº 9.699/2023, proposta pelo presidente da Câmara da capital baiana, Carlos Muniz (PSDB). A lei proíbe a distribuição gratuita de sacos plásticos.
Neste cenário, o plano da vendedora é passar a usar mais suas sacolas reutilizáveis, entretanto confessa não ter problema em pagar por sacolas plásticas às vezes. “Uma hora vou ter que comprar, porque tem dia que a gente esquece, ou já estava na rua e decide comprar uma outra coisa e precisa da sacola. Vou ter que me adequar”, afirma Cátia.
Apenas sacolas plásticas recicláveis podem ser comercializadas, ou seja, aquelas que têm mais de 51% de seu material proveniente de fontes renováveis, conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Dona de mercadinho no Santo Antônio Além do Carmo, Edivanda Moreno ainda não definiu qual estratégia vai adotar em seu negócio, mas está atenta aos custos. “A gente vai ter que investir mais. Ainda não olhei o preço, mas com certeza essas sacolas recicláveis são mais caras”, afirma.
Mesmo com o gasto maior, a comerciante se mostra a favor da medida e tem avisado as pessoas sobre a mudança. Uma orientação de Edivanda é que os clientes comprem as sacolas reutilizáveis, que custam a partir de R$ 5 em seu mercadinho.
Estratégia
Gerente do mercado Nutrilar, Telmo de Almeida já está ciente da nova lei e conta que aguarda orientação dos agentes de fiscalização. “Estamos vendo que alternativa vamos adotar. Por enquanto, seguimos com nossa sacola plástica econômica. Vamos conversar com a fiscalização para entender sobre quais as opções possíveis e vamos analisar o custo delas”, declara.
Em suas experiências Telmo já viu de tudo. Desde cliente que traz a própria sacola reutilizável, até cliente que pede sacos extras. “Tem gente que vem e pede mais duas, três sacolas pra colocar no lixo. É lixo do banheiro, lixo da cozinha e por aí vai”, comenta.
A fiscalização da nova lei deve se intensificar nesta segunda-feira, 13, e estabelecimentos que não seguirem o decreto poderão ser multados.
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