Codeba não adotou medidas de combate a incêndio, dizem bombeiros

O galpão 3 da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que foi atingido por um incêndio na sexta, estava em situação irregular. A informação foi divulgada neste sábado, 16, pelo Corpo de Bombeiros.

Em entrevista ao Bahia Meio Dia, o coronel Jorge Sturaro explicou que o local teria passado anteriormente por uma série de inspeções de prevenção, realizadas pelos bombeiros, tendo sido reprovado por faltar a adoção de algumas medidas.

"Eles deram entrada no documento em 2019 e fizemos uma análise. Eles entregaram (o documento) em outubro e devolvemos em novembro, porque não atendia o que diz o projeto [...] Quando foi em 2020, eles colocaram novamente a prova dos Bombeiros e dizemos que estava inconcluso, faltava algumas coisas para ser liberado", contou Sturaro.

O coronel ainda revelou que o projeto passou por duas vistorias neste ano, sendo a última em abril, um dia antes do acidente, quando foi recém aprovado. No entanto, ele informou que o projeto apresentado pelo galpão aos bombeiros ainda não havia sido colocado em prática.

"Neste ano, em janeiro, fizeram novamente e tormamos a notificar. Agora, em abril, verificamos que estava dentro do contexto, o projeto tinha sido recém aprovado e liberamos no dia 14. Mas desde esse período, eles nunca implementavam nenhuma medida de prevenção ao incêndio. Foram várias notificações", completou.

Perguntado sobre a possibilidade de interdição do galpão, Sturaro falou que não seria possível porque os bombeiros não tinham conhecimento de que ele já funcionava nos moldes descritos no projeto, que ainda falava em implantação.

"Dentro do critério da lei, ele podia acertar sua vida de funcionamento. Nós não tínhamos a ideia de que estava funcionando. Foi apresentado um projeto de que eles estavam implantado, mas não sabíamos o que acontecia lá dentro", afirmou o coronel.

Na manhã deste sábado, o Corpo de Bombeiros comunicou que as equipes ainda se encontravam no local, apesar das chamas já terem sido controladas. As equipes realizam o rescaldo no local, com o intuito de evitar novos focos de incêncio na parte queimada do galpão, correspondente a cerca de 30% do estabelecimento.

De acordo com nota divulgada à imprensa, a Codeba diz que o Plano de Apoio Mútuo Portuário foi colocado em prática durante o acidente. Questionada sobre a situação de implantação das medidas, a companhia ainda não se posicionou.