“Como será o amanhã?" é tema de live de Dia dos Pais do A TARDE Conecta

Em comemoração ao dia dos pais, o Grupo A TARDE promoveu uma mesa Redonda do A TARDE Conecta com o tema “Como será o amanhã?”, a live, realizada nesta sexta-feira, 7, contou com a participação de três figuras importantes da cultura baiana. O ator Antônio Pitanga, o cantor e compositor Lazzo Matumbi e também integrou a mesa o músico Mário Ulloa.

Com a mediação de Fernando Oberlaender, da editora Caramurê, os convidados conversaram na live realizada no YouTube do Grupo A TARDE, sobre questões que envolvem a figura paterna e sobre a importância de se combater o racismo para uma sociedade mais justa.

“Que nós tenhamos força ancestral, força de energia positiva da nossa espiritualidade, para que a gente possa ser pais felizes futuramente. O maior desafio de ser pai é construir um espaço, um mundo, um país melhor, para dar de presente para nossos filhos”, afirmou o cantor Lazzo.

O artista também aproveitou para relembrar sua passagem pelo bloco Ilê Aiyê. “Quando o Ilê surge é um choque no carnaval da Bahia. As pessoas perceberam que ali começava uma grande discussão racial e social que ali acontecia durante o ano inteiro”, disse. Lazzo integrou o bloco afro Ilê Aiyê entre 1978 e 1980.

Depois de deixar o Ilê Aiyê, em 1980, Lazzo inicia carreira solo tendo como sua fonte principal de criação o samba de Xangô da Mangueira e Ederaldo Gentil, incorporando influências de ritmos como maracatu, xote, baião, a música negra da Bahia e da Africa, além das influências de Ray Charles e Marvin Gaye.

Ativista dos movimentos contra o racismo e pelos direitos humanos, o baiano se alegrou ao refletir sobre sua carreira. "A emoção e satisfação de conscientizar, poder levar a minha musica, o meu canto de liberdade para outros corações, isso não tem dinheiro que pague. Sou um cara altamente feliz, todos os dias agradeço a minha ancestralidade”, ressaltou.

Pitanga, que atualmente está com 81 anos, também relembrou sua trajetória e o sobrenome Pitanga, que veio do seu papel no filme Bahia de Todos os Santos. O ator também comentou o atual cenário cultural da Bahia. “Vejo com muita alegria, mesmo com todos os percalços”, comentou.

Morando há 30 anos na Bahia, Mário Ulloa é costarriquenho e dono de uma técnica musical que mistura elementos da música brasileira, clássica e popular, mas sempre exaltando a riqueza cultural brasileira. Na transmissão ele falou como as diferenças culturais influenciam seu trabalho e tocou com sua filha, a cantora Beatriz Ulloa.

Pandemia

Um dos temas abordados pela mesa redonda foi a situação do país com a crise provocada pelo novo coronavírus. Para Lazzo, este é um momento de reflexão e de buscar por mudanças “A panemia foi uma porrada que a mãe natureza deu, no mundo todo, pra gente rever conceitos. A gente vai ter que lutar muito como sociedade, como um todo, pra mudar”, apontou o artista.

Pitanga salientou que este momento de isolamento, onde parte da população fica em casa e pratica o distanciamento social, apenas veio consagrar o que está acontecendo no mundo.

“Você não conhece seu vizinho, na minha época as pessoas colocavam a cabeça pra fora e falavam com o vizinho. Hoje em dia, se você desce e sobe do elevador e dá bom dia, as pessoas estranham”, refletiu.

Ulloa encerrou a live com uma mensagem de esperança. “Essa fé, essa esperança de seguir adiante apesar de todas adversidades”