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Consciência ambiental: restos de comida viram adubo na Ufba

Por Euzeni Daltro | Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE

09/09/2019 - 18:19 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Ufba suspendeu a compra de fertilizantes e usa apenas o adubo produzido pelo grupo
Ufba suspendeu a compra de fertilizantes e usa apenas o adubo produzido pelo grupo -

Ao longo dos seus 30 anos de atuação na área de química, a professora doutora Zênis Novais da Rocha, do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba), sempre se questionou porque só se dedicava ao ensino e à pesquisa. Atrelado a isso, ela desejava fazer algo para envolver os alunos no ramo do empreendedorismo.

Foi a partir desse questionamento, desse desejo e da ‘mãozinha’ do Papa Francisco que a professora Zênis idealizou o projeto de compostagem acelerada, por meio do qual desenvolveu uma tecnologia capaz de transformar restos de comida, como feijão, arroz e carne, em adubo orgânico.

“A ideia veio depois que o Papa Francisco apareceu em um dos telejornais convidando a população do mundo todo para cuidar da natureza. Na hora eu falei: ‘Ah, Papa, você já me ajudou’. Decidi fazer compostagem acelerada usando meu conhecimento de química. Foi aí que nasceu a Compostagem Francisco”, conta.

Imagem ilustrativa da imagem Consciência ambiental: restos de comida viram adubo na Ufba
| Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE
A betoneira e os trituradores usados na produção do fertilizante foram comprados pela professora Zênis

Compostagem Francisco é um projeto de extensão do Instituto de Química da Ufba que conta com a participação de estudantes de cursos de graduação e pós-graduação da universidade, além do professor mestre José Petronilio, também do Instituto de Química.

O projeto transforma resíduos de alimentos do Restaurante Universitário (RU) da Ufba em adubo em apenas uma hora. “Com 15 dias o nosso fertilizante está pronto para uso. A compostagem tradicional leva em torno de 120 a 140 dias para o adubo ficar pronto”, enfatiza o professor Petronilio. “Estamos fazendo essa balbúrdia”, completa.

Método de reciclagem

“Todo mundo fala da reciclagem de papel, papelão, plástico, mas não sabe que a compostagem é um método de reciclagem do material orgânico. E mais de 50% do resíduo gerado no Brasil é orgânico. Então, aplicando a compostagem, diminui significativamente a quantidade de resíduo porque o resíduo orgânico geralmente é o que produzimos em maior quantidade”, ressalta a estudante Verônica Machado Matos, integrante do projeto de extensão.

Verônica é formada em química e estudante do curso de engenharia ambiental da Ufba. O grupo Compostagem Francisco desenvolve a tecnologia do fertilizante há quatro anos. Atualmente, a equipe produz uma média de 60kg a 80kg de adubo por dia.

Imagem ilustrativa da imagem Consciência ambiental: restos de comida viram adubo na Ufba
| Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE
Professor Petronilio conta que parte do adubo é doado para manter hortas em escolas públicas, creches e na Colônia Penal Lafayete Coutinho

Inovando para preservar

A professora explica que, além do reaproveitamento dos resíduos orgânicos, o fertilizante tem uma qualidade superior a dos adubos produzidos pelo método tradicional e não gera resíduos, a exemplo do chorume. “Temos toda a análise biológica e físico-química que mostra que o fertilizante tem uma qualidade (superior). E todas as etapas do processo obedecem à legislação para a obtenção de um fertilizante orgânico composto”.

O grupo aplicou a mesma técnica aos resíduos de coco verde. “O coco verde leva de 10 a 12 anos para se degradar na natureza. É um tipo de resíduo que é muito importante tirar do meio ambiente porque acumula água. Com o Aedes aegypti a gente precisa eliminar esse tipo de moradia dos mosquitos”, afirma a professora.

Imagem ilustrativa da imagem Consciência ambiental: restos de comida viram adubo na Ufba
| Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE
Cascas de frutas e verduras da cantina do campus de Biologia também são usados na produção do fertilizante

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