Consumidores reclamam dos preços acima das expectativas

Bem diferente de outros anos, as primeiras horas desta edição da Black Friday, foram marcadas pelo baixo movimento e por reclamações sobre os altos preços em Salvador.

Quem chegou aos shoppings da capital baiana pôde entrar direto e fazer suas compras sem enfrentar as tradicionais filas gigantescas e o corre corre, comuns nessa época do ano. No entanto, segundo alguns clientes, o que não agradou muito foram os valores.

"As outras foram melhores. Eu cheguei aqui toda entusiasmada, achando que iria achar preço mais em conta, mas não foi isso que encontrei", disse Maria Aurilene, dona de casa.

Ao Portal A TARDE, ela explicou que esperava um movimento bem maior e preços mais vantajosos, mas que, ainda assim, deu para aproveitar.

"Meu objetivo era comprar fraldas, então valeu. Ainda não tá tão barato em relação ao ano passado, mas para o dia a dia, deu para aproveitar", disse a mãe de duas crianças que levou cerca de 400 unidades de fraudas descartáveis para estocar em casa.

Já a assistente financeira Débora de Jesus se juntou com as amigas para aproveitar a época, mas também não achou os valores tão agradáveis assim.

"Algumas coisas estão com preços bons, mas em outros segue a mesma coisa. Mesmo assim não estão tão abaixo, apenas com preço melhor. No ano passado, os preços estavam mais em conta, esperava mais", pontuou.

Apesar do movimento fraco os lojistas e vendedores acreditam no crescimento nas próximas horas.

"A expectativa é a maior possível. Praticamente estamos com duas Black Friday ao mesmo tempo", contou John Nascimento, gerente de uma grande loja de Salvador.

Para ele, a previsão é de que haja um crescimento de "30% acima do volume de vendas em relação ao ano passado. A Copa do Mundo já foi responsável por um aumento significativo nas vendas", projetou.

Com a Copa do Mundo, o item mais procurado são os televisores. Cláudia Cristina aproveitou para levar a dela.

"Comprei uma TV e um painel e achei que valeu bem a pena. Achei o movimento meio fraco, mas isso para mim tá ótimo", disse.

Por volta das 9h30, aos poucos, as pessoas foram chegando aos shoppings e já se pôde verificar um crescimento, mas ainda tímido.

Fiscalização

Agentes do Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) estavam nas ruas e nos shoppings da cidade para identificar possíveis irregularidades durante o evento e evitar que a Black Friday se transforme em 'Black Fraude'.

"O Procon iniciou a operação Black Friday há um mês. Inicialmente, fizemos a coleta de preços de alguns produtos, por amostragem, afim de fazer uma nova consulta agora no dia do evento promocional. O intuito é identificar se os fornecedores estão de fato oferecendo os descontos. Até mesmo para não causar no consumidor aquela sensação de promoção que, muito carinhosamente, os baianos apelidaram de 'black fraude'", explicou o diretor de fiscalização do Procon Bahia, Iratan Vilas Boas.

Além dos preços, os fiscais intensificaram a operação nesta sexta para verificar outros quesitos.

"Estamos verificando outros itens como: imposição de garantia estendida, se as empresas estão ofertando aquelas porcentagem de desconto divulgadas na vitrines, o cumprimento de ofertas e a colocação dos preços de forma que atenda as regras do código de defesa do consumidor", continuou.

O diretor do Procon também salienta que quem tiver problemas com entregas e compras virtuais também pode se dirigir a um posto do órgão ou realizar a reclamação por meio do aplicativo Procon BA Mobile, disponível para Android e iOS.

Dicas

Para quem pretende ir as compras nesta sexta, ainda há tempo de se prevenir das 'black fraudes', como aconselha Vilas Boas.

"Pesquisas antecipadas de preços. O consumidor ainda consegue fazer pesquisas utilizando ferramentas na internet. Conferir o valor de mercado do produto para saber se, de fato, o produto está com promoção. Nas compras virtuais, o consumidor precisa identificar o fornecedor, principalmente o endereço físico e CNPJ, e não se empolgar apenas com o valor do produto", explicou.